31.5.04

Para mentes acordadas



Não convém ir a dormir para a sala. Desde o início é exigida ao espectador agilidade mental e atenção para perceber o que se vai passando. Charlie Kaufman surpreende com mais um argumento enredado nas teias da mente humana, e das relações pessoais. Depois de "Queres Ser John Malkovich?" e de "Inadaptado" este filme é uma agradável forma de passar duas horas numa sala escura.



Jim Carey mostra como está para além do actor de borracha e do humor alarve. Aquilo que já indiciara em "Man on the moon" (não me lembro do título que lhe foi dado em português) aqui confirma-se: se esquecerem a sua vertente cómica, encontrarão um actor com elevado potencial. Gostei.
Vão ver. Vale a pena.

Já agora: sabiam que o cinema Mundial fechou? Três salas às quais gostava de ir, onde me sentia bem, mostram-se encerradas, com ar definitivo. Aquilo não mais vai abrir.
Perde-se mais uma sala. E começam a sobrar os "multiplex" que me arrepiam. Por exemplo, para ver "O despertar da mente" tive que ir ao Saldanha Residence. Não obstante ter o desconto da Medeia, chateia-me o chão a tremer sempre que passa o metro, e a dimensão, reduzida, da sala.

PEDINTES - e a desresponsabilização do Estado

Ontem, Domingo, fiquei por casa e fui incomodado no meu repouso por gente que tocou à minha campaínha para pedir. Desde a esmola, pura e simples, ao "peditório", ou à "contribuiçãzinha".

Não bastava aqueles que entram nos restaurantes e se abeiram dos comensais, os que nos transportes públicos passam, os que na rua olham os passantes, agora há que aturar os que violam o meu descanso dominical?

Posso parecer insensível. Mas não creio que seja. Reconheço as dificuldades de algumas das pessoas que pedem. Algumas, porque muitas são fraudes, indigentes ou "chico-espertos". MAs o que penso é o seguinte.

Todos os meses, uma substancial fatia do meu ordenado, do produto do meu trabalho, é retida pelo Estado Português. Durante alguns anos, o Estado PortuguÊs teve preocupações socias, de combate à pobreza, à fome, de defesa da educação, da saúde e da habitação.
Hoje, parece que tais objectivos estão prejudicados, relegados para segundo e terceiro plano.

Então, porque raio continuam a cobrar-me mensalmente a mesma fatia do ordenado? No dia em que o Estado Português assumir que não se interessa pelas necessidades sociais dos seus, tipo os EUA hoje em dia,mas deixar de me cobrar a fatia correspondente de impostos, eu assumo a necessidade de intervir.

Até lá, sou suficientemente "duro" para dizer que deleguei no Estado Português, e seu Governo, quando votei para o não eleger, a responsabilidade de auxiliar quem precisa.
Agora, se o Governo prefere construir estádios de futebol, pagar ordenados milionários a amigos que nomeiam ao arrepio da legislação, e esbanjar dinheiro em pseudo-reformas de inutilidade comprovada... peçam-lhe responsabilidades e votem melhor.
Se conseguirem.

28.5.04

Até 2ª feira

Mais uma semana. Sinto-me como lixo.


(fotografia por Urso Polar)

26.5.04

Teatro condensado

Na Páscoa de 2002 tive o prazer de visitar Londres, cidade que me encantou, pelo que gostava de ter tempo e dinheiro para lá ir passar uns fins-de-semana.
Aproveitei e fui ao London Criterion ver uma peça: "The complete history of America (abridged)", peça hilariante interpretada por Adam Long, Reed Martin and Austin Tichenor. São três americanos em Londres cuja peça foi ainda mais espectacular na medida em que o público era maioritariamente constituído por americanos que foram realmente gozados do primeiro ao último minuto.



Ficou esta reduzida companhia de teatro conhecida pela sua primeira criação(creio que houve mudança de actores pois a primeira peça está assinada por Adam Long, Jess Borgeson e Daniel Singer, e eu não sei quem representava em 2002 a exibição que vi; hoje, pela net, encontram-se os três nomes que acima referi). Tal obra foi transposta para português pela Companhia Teatral do Chiado e já leva quase nove anos de exibições e digressões: As obras completas de William Shakespeare em 97 minutos.



Ao fim de tanto tempo, fui ver ontem esta loucura.
Esqueçam os 97 minutos. Marcada para as 21h00m a peça atrasou-se uns 15 minutos para conseguir sentar toda a gente. E só acabou depois da meia-noite.
Durante esse tempo todo tive um sorriso ou uma gargalhada no rosto, de tal maneira que, no fim, me doía a cara. Como foi possível demorar tanto tempo para ir ver isto? É Brilhante!
João Carracedo e Manuel Mendes vão muito, muito bem. Mas Simão Rubim... é de outro mundo. E o discurso final com que nos brinda, à laia de improviso, é a cereja no topo do bolo. E a interacção com o público... só lá estando é que se pode apreciar.

Agora, ou espero por nova adaptação pela CTC, ou tenho que ir a Londres de novo. É que aquela companhia tem actualmente em exibição "Bible: The Complete Word Of God (Abridged)".




25.5.04

"ESTOU TÃO FELIZ!" (preso iraquiano quando soube da nova prisão)

Em Marrocos contaram-me que quando uma dinastia sucede a outra, é tradição demolir as grandes obras de forma a apagar as realizações dos antecessores, substituindo-as por obra própria. Ficam a salvo as mesquitas e locais sagrados, porque é mais difícil convencer os religiosos. Mas não impossível. A Koutubia, a grande mesquita de Marrakech, foi construída para substituir outra que existia a seu lado mas fôra construída pela dinastia anterior. O argumento: a antiga não estava devidamente orientada para Meca.

Ao que parece, o Tio Sam Bush quer fazer o mesmo, quer fazer a mesma coisa. Só que, desta feita, espera apagar o local do delito e "oferecer" um melhor, último grito da tecnologia, topo de gama, para que possa ser gerido à boa maneira americana, onde as prisões são locais de retribuição, de castigo dos prisioneiros.
Que sorte a dos iraquianos. Não bastava terem sido violados na sua prisão, ainda vão ter uma prisão americana para os ... isso mesmo.

24.5.04

CUIDADO!, eles comem criancinhas ao pequeno-almoço.

Custa-me ouvir asneiras como esta, pois revelam algo que me preocupa: há uma corrente reaccionária latente que justifica o constante regresso ao "fantasma dos comunas".
Haverá quem acredite que o PCP, aquele partido que luta pela sobrevivência, e eleição após eleição perde peso político, quer pôr em causa a segurança nacional, e se movimenta com propósitos revolucionários? Que o PCP fomenta as greves da PSP e SEF, e as suas reivindicações para que venham a ocorrer distúrbios que ponham em causa o Estado Português?

O discurso de Durão Barroso cheira a bolor e revela a falta de ideias e capacidade de trabalho do PSD. Ao invés de se dirigir aos seus pares com uma mensagem de iniciativa e criatividade, escuda-se num postulado bolorento e que apela ao sentimento primário de uma direita reprimida. Do PAulo Portas ainda esperava uma afirmação destas, mas do primeiro-ministro? Parece que o Durão se tornou um veículo das ideias do Portas...

Não só uma afirmação destas é doentia, como dá relevância a quem a está a perder. E, sim, o PCP tem influência nas greves na medida em que, pelas suas relações sindicais, está em condições de explorar junto dos trabalhadores as suas inseguranças que emergem de uma ruinosa política de emprego, há muito seguida, mas nos dois últimos anos agravada. E o Euro é utilizado, porque o Governo está com as calças na mão por querer que tudo corra bem. Ora, melhor altura para pedir não há que aquela em que o patrão está apertado por outros.

Coisas destas logo pela manhã de segunda-feira deixam-me triste. Triste pela incompetência de quem nos governa.

21.5.04

BOM FIM-DE-SEMANA


(fotografia por Urso Polar)

OLÉÉÉ !!!

Dilema do fotógrafo:


(fotografia por desconhecido)

-fujo?
-tiro a fotografia e fujo?
-tiro a fotografia e não me safo?
-mãezinha....

19.5.04

O Mocho e a Gatinha

O teatro é intimista. Para quem está na fila B, como eu estava, a sensação é a de partilharmos o palco com os dois actores que o enchem. A Companhia de Teatro do Chiado, na Sala Estúdio Mário Viegas, presenteia-nos com um texto muito agradável que, apesar de alguns altos e baixos, nos deixa interessados e expectantes até ao fim, enquanto nos tornamos íntimos de dois seres cuja vida é tudo menos fácil.
Sem evitar a tragédia, ou a dor, a peça é uma comédia. Surpreende-nos com piadas no texto, na interpretação, nos adereços e não pode deixar do nos fazer sentir bem dispostos.
Gostei, particularmente, da interpretação de Simão Rubim.
Recomendo.
Mas, diga-se em abono da verdade, que não tive muita vontade de ver o espectáculo. Não fora a circunstância de ir comprar bilhetes para as Obras Completas... que supostamente estariam em última exibição ao fim de quase 9 anos (e ainda não vi)e me proporem um bilhete combinado. Sim, um bilhete combinado no Teatro. Por mais € 5,00 comprava o bilhete para este "O Mocho e a Gatinha".
Não resisto a pechinchas, e ainda bem.

Um destes dias vou escrever sobre a preguiça e porque não vou muito a espectáculos. Depois queixo-me.

P.S. - É favor não chegarem atrasados. Podem ter uma surpresa embaraçosa. E, se vos oferecerem um programa, aceitem apenas se estiverem dispostos a pagar € 5,00. Depois, não digam que não avisei.

A arder

Farenheit 911, de Michael Moore, foi adorado em Cannes.



O seu discurso é muitas vezes paranóico, lembrando as melhores teorias da conspiração dos X-Files. Porém, aparentemente, muito do que apregoa está tão fundamentado, ou mais, do que o discurso oficial. E é tão fácil acreditar, ou deixar-nos acreditar. Li o "Brancos estúpidos" e, a dado passo, já cansava o discurso, lembrando o Bloco de Esquerda que me parece acertado na exposição dos erros e falhas, mas utópico ou desligado de uma visão em conjunto quanto às soluções.

Ainda assim, o "outro lado" propicia-se ao ridículo, à exposição e à contestação. Por exemplo, seguem umas palavrinhas retiradas do filme (disponíveis no site do Festival de Cannes)

GORDON BOBBIT, Marketing Manager, Kalmar Inc (equipment supplier to US Army)

There's no other single area of the world today with the opportunity for business, new business, similar to the opportunity that's available today in Iraq.


BLAINE OBER, President, High Protection Company (Atlanta-based Armored Vehicles)

Unfortunately, at least for the near term, we think it's going to be a good situation. err, a dangerous situation. Good for business, bad for the people.


MICHAEL MOORE

Governor Bush. it's Michael Moore.
GEORGE W. BUSH

Behave yourself, will you? Go find real work

18.5.04

METER ÁGUA

Há algo de premonitório neste evento.
Foi preciso vir o Euro para comprar 400 viaturas, material de ordem pública, nomeadamente bastões e escudos de protecção, equipamento de inactivação de engenhos explosivos e segurança em subsolo a entregar à PSP e GNR.
Fico feliz em saber que os Srs. Agentes poderão bater com melhores porretes. E terão algumas viaturas novas (jipes blindados que mandámos para o Iraque, canhões de água para molhar ministros). Infelizmente, o mais certo é continuarem a depender dos seus telemóveis para contactar a central; a fazer tiro apenas uma vez por ano dentro de um camião TIR que é uma carreira de tiro móvel que circula pelo país; a pagar a sua farda sempre que um bandido a rasga ao reagir à detenção;ou a pagar a reparação do automóvel de serviço no qual se despistaram quando perseguiam um meliante, pelo simples facto de serem considerados culpados, pois que seguiam em excesso de velocidade(!!).
Enfim. Viva o Euro...

Pico - Açores

Talvez seja um dos melhores exemplos do "chapéu" do Pico.
Já lá estive em cima, a ver o sol nascer, glorioso.
Tenho saudades dos Açores. A maioria dos Portugueses não sabe o tesouro que ali tem.


17.5.04

Educadinhos, hein?

Cenário: Estádio Nacional, Vale do Jamor.
Momento: entrega da Taça de Portugal ao Benfica.
Protagonistas: os jogadores do Benfica.

Na tribuna de honra encontrava-se o Presidente da República, a sua esposa, o Ministro que tutela o desporto (desculpem, mas nem sei que nome tem o ministério do Arnaut neste momento). O PR entrega a taça de Portugal, quinze quilos e um metro de troféu, que o capitão e sub-capitão do clube da Águias, Simão Sabrosa e Hélder recebem.
Erguem a taça, para gáudio dos adeptos. O resto da equipa aproxima-se e começa a passar a taça de mão em mão, a qual passa a ser constantemente içada em gesto de vitória e consagração.
Os microfones da televisão estavam por perto. Mesmo sem som, conseguia ler-se nos lábios daquela turma a frase que escolheram para expressar o seu contentamento:
"- A taça é nossa, caralho!"

Educadinhos, hein?


Mas o outro senhor, que a imprensa elegeu como figura de referência, dedicando-lhe páginas de loas, sendo apresentado como exemplo a seguir pela sua qualidade e persistência, e dedicação, também esteve ao seu melhor. José Mourinho é um egocêntrico para quem só há uma pessoa boa: ele.
Quem viu o jogo não pode apontar ao árbitro erros que possam ter interferido no resultado final. Sim, o Deco sofre uma falta à entrada da grande área que ficou por marcar. MAs o Maniche agride o Fernando Aguiar ao dividir um lance e nada lhe acontece. O que é certo é que Mourinho não sabe perder, não sabe assumir derrotas, e culpa os outros dos seus desaires.
É esta a educada imagem que o senhor transmite para a legião de fãs do Porto.
Louvem-no agora.

14.5.04

Novas Questões

1ª. Não compreendo, realmente, a importância da final da Liga dos Campeões, para justificar o reagendamento de uma visita de Estado a outro país. Não compreendo, particularmente, quando falamos de uma participação de um clube, que apesar de representar o futebol português, e ser um "embaixador" de Portugal, não é uma representação nacional, ao abrigo de uma federação desportiva dependente do Estado Português. PAra todos os efeitos, é um particular.
Certamente que, amanhã, se a dupla Maia-Brenha chegar à final do campeonato do Mundo de Voleibol de Praia, o Primeiro-Ministro alterará a agenda para lá se deslocar, não?
Ou quando a Neide Gomes entrar em competição, que até o fará pela Federação Portuguesa de Atletismo. Ou o Carlos Sousa, se estiver a ganhar o Paris-Dakar. Será que o PM vai a Dakar recebê-lo à chegada? Será que Durão Barroso se vai mudar para a Grécia, durante os jogos olímpicos (e depois os paralímpicos)para estar presente sempre que um português entre em prova?
E o pior, é pensar que se tivéssemos um PM de outro partido (ou seja, do PS, que é o único com capacidade para o fazer), ele certamente teria as mesmas prioridades que Durão Barroso.
Não compreendo o peso do futebol. Excepto se o PM se quiser colar à imagem de vitória de um clube que está num pico de forma. Nã... não pode ser.

2ª. Cada dia que passa o cenário fica mais negro. As humilhações e torturas atingem uma escala perturbadora.
O que fazem os EUA no Iraque? O que faz a GNR no Iraque? Como podem pensar em pacificar aquela terra agindo como o fazem? Como podem ser tão cocos, tão hipócritas, tão levianos os dirigentes que teimam no erro?
Garanto-vos que, se fosse em Portugal, nesta altura, por muito feliz que tivesse ficado com o derrube do ditador que me oprimia, estaria a ponderar alistar-me na guerrilha, na Resistência, contra um invasor indesejado.

3ª. Mais um boneco da Contra-Informação ficou sem uso. O "Velho Champalimão" morreu.
Tinha o toque de Midas, aquele homem. Em tudo o que mexia fazia dinheiro. Nem quero saber em prejuízo de quem, pois é notório que para alguém ganhar, outro tem que perder ou contribuir.
Depois de morto António Champalimaud deixou 1/3 da sua fortuna para uma Fundação. Esperemos que seja uma que produz riqueza, cultural de preferência, e não apenas enriqueça quem dela ficar a cuidar. Será assim?

4ªPorque é que, durante o EURO 2004, todos (todos!)os Círculos Judiciais terão que ter um Tribunal aberto aos Domingos e Feriados durante a manhã, para realizar o serviço urgente de natureza Penal, Menores e Lei de Saúde Mental?
Porque é que, nesse período, o tipo que hoje, se for apanhado a conduzir sem carta fora do horário de expediente é notificado para se apresentar no dia útil seguinte, terá que passar a noite na prisão para ser presente a juízo no dia seguinte?

TIMOR

Custou, mas foi. Após várias insistências,responderam. Cá vai:

Embaixada de Portugal em Dili
A/C Professora Ana Medeiros - Dili
Edifí­cio ACAIT
Av. Nicolau Lobato
Dili - Timor Leste

Não se esqueçam, parece que os CTT têm tarifa especial para encomendas de livros para Timor.

13.5.04

CARA NOVA

Depois de ter andado a mexer onde não devia e alterado o template, fiz novas alterações.

Agora, o visual do blog é este. Simplicidade acima de tudo, clareza na exposição das fotografias e possibilidade de inserir links (no esquema antigo não tinha links no template e não sabia pô-los).
Surge, assim, a ligação para dois blogs. O Periscópio-Quatro, onde participo regularmente nos comentários, e que foi o único responsável para que eu desse este passo na net, criando o "Urso Polar".
O Ad Tempus, blog mui recente de Noite, com quem venho partilhando comentários no Periscópio. Aqui agradeço a colocação, no seu blog, de um link para estas humildes páginas.

Quanto aos comentários, recuperei o Haloscan, pelo que temos comentários como sempre. Durante um dia tive o serviço do Blogger e, erro meu, até era preciso registo para poder comentar. Poderia ter tirado isso, mas não me apercebi. Contudo, a dinâmica do Haloscan, com outra janela, é mais agradável que o do Blogger, pelo que tirei este serviço.

Obrigado Noite e Bruno por se terem dado ao trabalho de se registarem para dar a vossa opinião. Curioso: um de vós gostou daquele aspecto que teve o blog durante um dia, o outro não. É difícil agradar a toda a gente, não é? Por isso, fico-me por aquilo que gosto. E não me habituaria àquele tom de pregaminho.

Deixei foi de ter o Sitemeter à vista. Ele parece que ainda conta, mas não o consigo pôr à vista. Como não percebo nada disto a seu tempo pode ser que resolva isto.

Tempo.
Estou há uma hora nisto. E o patrão não paga para eu me perder na blogsfera. É pena. Isto é muito mais divertido, interessante.
Quando tiver tempo, éscreverei qualquer coisa mais interessante que as minhas peripécias na logística do blog.

12.5.04

Difamação no Expresso

Após ter sido alertado por um amigo, confirmei: basta ler dois dos comentários à notícia do Expresso para saber que a mesma será, ela sim, um acto difamatório ( zmaglh 00:11 12 Maio 2004; e Pedro Rocha 03:08 12 Maio 2004 - eles mesmos, o José Magalhães, do PS e o citado Pedro Amorim).

O que me espanta é o Expresso manter a notícia, alimentando o logro, que se espalhou, nomeadamente para as rádios (de manhã ouvi-a na antena3)sendo preciso pesquisar nas dezenas de comentários a defesa de quem foi citado como um fascista cibernético.

Eu não descansava sem processar aquele pasquim em que se tornou o outrora credível Expresso.

OOOPS!

Pus-me a brincar com as novas alterações do Blogger e deu nisto. Alterei o template para algo diferente... e perdi os comentários do Haloscan e o Sitemeter.
Vou tentar recuperá-los.
Até lá ficam os comentários que o blogger agora oferece.

Brilhante!

Pensei que era 1º de Abril.

Quer difamação nos blogs? Começo por dizer que este senhor quer é calar as vozes discordantes da doutrina oficial dos meios de comunicação estabelecidos.

Os blogs são espaços de liberdade de expressão por excelência.
Têm a credibilidade que merecem, perante os leitores que os encontram.
Há autores conhecidos, que por si emprestam credibilidade ao seu conteúdo. Apesar de exercícios esquizofrénicos em que os seus autores se comportam de forma diferente consoante escrevem no blog ou em jornais. Porém, sabemos quem eles são e, se quisermos, podemos pedir-lhes satisfações.

Há autores que se escondem no anonimato. Estes, nos quais me incluo, podem até tornar-se difamatórios ou injuriosos. MAs, meus amigos, quem liga a uma voz anónima?
Ou os autores anónimos ganham credibilidade e merecem ser ouvidos ou então estamos perante o adágio popular das "vozes de burro, não chegam ao céu".

Os meus leitores, sei-o, são na sua maioria meus conhecidos. Lêem 'Urso-Polar' e sabem quem é o bicho. Por isso se dão ao trabalho de voltar regularmente a esta página. Há, depois, os outros que vieram por conhecimento. Esses amigos falaram desta página, ou por comentários meus noutros blogs tiveram curiosidade e espreitaram o que aqui escrevo.
Certamente aparecerão cá visitantes vindos do nada.

Não me conhecendo, estes leitores farão um juízo sobre o que escrevo, e imaginarão que tipo de pessoa sou. Se me puser aqui a difamar, a injuriar, garanto que perderei leitores e, quando muito, ficarei apenas com palavras ocas a vaguear numa virtualidade esquecida.

Pelos vistos, só os jornalistas encartados poderiam continuar a fazer as asneiras que todos os dias vemos.

A ideia é fascista!
Agoram digam que difamei alguém, que provarei a verdade da imputação (art 180º/2 al. b) do Código Penal)

11.5.04

Luz




A luz inunda os olhos atentos. O azul contrasta com o azul. O obturador regista o momento, e recorda a arquitectura já antiga.
Uma imagem que vale por si, apenas porque se limita a ser... luz.

6.5.04

Ainda os presos iraquianos

O Que Leva Guardas a Abusar dos Presos?
Por ALEXANDRA PRADO COELHO
Quinta-feira, 06 de Maio de 2004

É um texto curioso, e revelador da natureza humana. Não é fácil ser guarda prisional. A situação de homens a guardar homens que se encontram enclausurados é de difícil tratamento.
No nosso sistema prisional, a finalidade de reinserção ainda tenta, repito, tenta, dar algum sentido à clausura. Porém, em sistemas como o americano, em que prisão é retribuição, e o conceito base é o da punição, do castigo, os excessos de quem guarda parecerão menos graves. O que se agrava quando a "prisão" está noutro país, os guardas não fazem disso profissão, e os presos despertam o ódio e a superioridade de quem os guarda.

O que é certo é que, a final, os EUA comportam-se como uma força ocupante, que esmaga e oprime o país ocupado. Como qualquer outro caso de ocupação na história. E, assim, acumulam atitudes que lhes retiram a razão.
Razão que nunca tiveram.

5.5.04

Por falar em livros...



(respeitem-se os direitos de autor)

TIMOR LESTE

As limitadas receitas e a pobreza generalizada continuam a colocar graves restrições ao desenvolvimento social e económico de Timor-Leste, diz o secretário-geral das Nações Unidas, cita o Público.
O que é feito da mobilização geral a favor de Timor-Leste?
O que é feito de todo o dinheiro recolhido por bons samaritanos que disseram ser a ajuda necessária para começar um novo país?
O que é feito das ajudas de Portugal para manter vivo o português naquele país?

Ouvi na rádio (Best Rock FM) o apelo de uma professora portuguesa que está em Dili, a pedir que sejam enviados livros em português, escolares ou não, bem como revistas e jornais, pois que os únicos que tem são em inglês.

Quanto a esta parte, vou pedir ao animador das manhãs daquela rádio a morada para onde se devem mandar tais livros, pois ia a conduzir e não a fixei. Quando a souber, colocá-la-ei neste blog. Os Correios têm uma tarifa especial para o envio de livros para Timor. Vou procurar alguns livros, algumas revistas, e vou mandar qualquer coisa para lá.

Nunca fui de mandar dinheiro para estas coisas da ajuda humanitária. Sinceramente, desconfio de todos os que querem ajudar os outros pedindo dinheiro. Não faço ideia de para onde vai o ouro, mas sei que não vai, em tempo útil, para quem dele precisa.
Vejam as vítimas dos incêndios do Verão passado, algumas sem ter, sequer, a casa recuperada, e lembrem-se dos milhões anunciados que foram recolhidos em contas. Para onde foram os euros?

Quem já andou no meio, diz que no campo da ajuda humanitária, para muitos, esta começa no próprio. Por isso costumo dizer que a minha ajuda é paga todos os meses quando aquela parcela do meu ordenado me é retirada sem que sequer a possa tocar.

Costumo, contudo, contribuir para o Banco Alimentar contra a Fome. E vou dar uma mínima mãozinha àquela professora de Português. Porque aqueles que se mobilizaram a favor de Timor-Leste, foram muito rápidos a esquecê-lo.

3.5.04

Viva a América

Isto é no Iraque.
Agora, imagine-se o que se passará em Guantanamo, esse bastião da democracida e dos direitos humanos.

Q & U

É assim que no KILL BILL 2 aparecem identificados os autores da história original na qual se baseou o argumento do filme. Q & U. Quentin & Uma.

Confirma-se aquilo que já escrevi aquando do primeiro filme. Porque raio tive que pagar dois bilhetes para ver um filme? Venha o DVD com tudo junto para se ver o filme de um fôlego.

Kill Bill 2 é o corolário do primeiro filme. Está muito bem feito. Se o primeiro estava virado para Oriente, este está virado para o Oeste. Perde apenas por começar assim, a seco, sem os capítulos anteriores.

Se viram o primeiro, certamente não perderão o segundo. Se não viram...
Ah Ah Ah Ah,
tontos.