28.9.06

Promessas

Eu prometo voltar a escrever. Mas não tenho ido ao cinema, e a realidade nacional e internacional, política e social não me tem suscitado senão azedas ideias, pelo que estou em stand-by.
Entretanto, tomem lá mais estas.

27.9.06

Por falar em estragos...

(dedicada ao FCP e ao SLB).

26.9.06

Ainda a PUB



Quem terá pago os estragos?

21.9.06

Mais PUB

"Não metas o nariz onde não és chamado"

20.9.06

PUB


Curiosidades publicitárias para os próximos dias.

19.9.06

Voltar

Voltar às origens, a casa, à família. Voltar a ser cúmplice, a esconder, a apoiar a amar. Voltar a ser uma mulher de Almodóvar, num filme de almodóvar, como só ele sabe filmar.
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Volver, a última película do espanhol, é uma aposta segura. Se há realizadores que nos habituaram com filmes de qualidade, Almodóvar é um deles. Pelo ritmo, pela cor, pela intensidade, pela qualidade do argumento e do elenco.
As mulheres de Almodóvar são sempre fantásticas, verdadeiras, cheias de história, complexas, vivem, sentem pensam, vão para além da cena na qual se exibem. E o elenco escolhido a dedo assegura essa mesma qualidade.
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Volver é um filme a não perder. Mais um a concorrer aos Óscares.
Ao mesmo tempo estreia em Portugal o 98 Octanas. Desculpem-me, pois não tenho por hábito falar de cor, de algo que não conheço. Mas o trailer deste filme português é tão pobrezinho, e tão cheio dos vícios que afastam o interesse pelo cinema nacional que nem o quero ir ver. Será assim tão difícil fazer um bom trailer? Porque estamos nós a anos-luz do cinema espanhol?

15.9.06

EXTRAS

Comprei o DVD da primeira série de Extras, a série de Ricky Gervais e Stephen Merchant, os criadores do The Office.
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São apenas seis episódios. São brilhantes, pelo humor inteligente, sofisticado e pela forma como são introduzidas as celebridades nos episódios. O texto é delicioso, e os actores dão-lhe corpo com uma entrega que torna totalmente credível a existência daquelas almas penadas, nas franjas das produções de cinema/televisão/teatro.
Aguardo ansiosamente a divulgação destes episódios na inevitável 2:, que a todos poderá fazer chegar estas pérolas da Britcom. Para quem decidir comprar o DVD, o disco de extras dos EXTRAS é hilariante, com os takes falhados, as cenas cortadas e três "documentários" de estalo.

14.9.06

UNITED 93

Este é o nome pelo qual foi designado o vôo que no dia 11.09.2001 foi desviado e não atingiu o seu alvo porque, devido à intervenção dos passageiros, se despenhou num descampado matando todos os ocupantes do avião.
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Este é o título do filme de Paul Greengrass que recria os acontecimentos desse dia.
Sem vedetas, sem excesso de protagonismo, retratando gente real colocada perante uma situação irreal.
Em certos momentos o filme assume o estilo televisivo das reconstituições. Mas nem por isso perde impacto. Antes pelo contrário, ganha verosimilhança.
Com este filme somos recordados da ineficiência da coordenação das autoridades americanas, incapazes de reagir em tempo ao que lhes acontecia; de como a CNN informava mais rapidamente que os canais oficiais; como as suspeitas de desvio de aviões chegou a atingir inúmeros vôos (o que recordo ia sendo veiculado pelos media); como os terroristas precisavam de conseguir fazer embater os aviões, condição de sucesso da missão, e por isso não estavam devidamente preparados para pela força se imporem aos passageiros apenas recorrendo à ilusão de segurança, que neste caso se perdeu uma vez que, com o atraso, os passageiros perceberam que o seu destino só poderia ser a morte.
Sabemos o fim do filme. O que aconteceu não pode ser mudado. Mas não perdemos a empatia com aquela gente que decidiu agir, com coragem e desespero, tentando sobreviver, mas também impôr o fracasso à missão suicida. E por isso damos por nós a desejar que mereciam ter conseguido.
Sabemos o que aconteceu nesse dia. Mas ficamos a saber que os poderosos EUA só tinham 4 caças para defender o seu espaço aéreo na costa Leste, dois deles desarmados. Ficamos a saber que, por pouco, não andaram a abater aviões de passageiros apenas por suspeitarem de novos desvios. E sabemos agora que o caos que os terroristas quiseram impôr foi conseguido, e se mantém disseminado pelo planeta.
Hoje houve mais um atentado no Iraque. Mais civis morreram.
(O Photobucket está em manutenção. Ainda pretendo colocar neste 'post' a imagem do cartaz do filme)
(Como prometido, já coloquei a imagem do cartaz)

11.9.06

No próximo domingo vai ocorrer uma iniciativa do Geota na qual pretendo participar (a inscrição está feita), e que aproveito para divulgar. Vejam aqui o projecto do passeio de bicicleta de Belém ao Trancão.
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Cinco Anos depois (II)

Hoje, o que posso apontar que toda a gente não veja?
Por causa destes ataques os EUA meteram-se m duas guerras que mais que duplicaram o preço do barril do petróleo. Os terroristas lograram mais dois ataques, em Londres e Madrid, que nos lembraram que podem atacar em todo o lado e com efeitos directos sobre as pessoas que se sentem escudados no mundo ocidental.
Para nos lembrar de tudo isso, hoje, no Metro de Lisboa, vi polícia por todo o lado. Nas duas estações, no comboio... seguramente com medo de réplicas comemorativas.
No Iraque Sadam saíu de cena, e o país tornou-se um ninho de víboras ingovernável. Não há dia, como hoje, que não comece com a notícia de outra explosão e da morte de uma dezena, ou mais, de pessoas. Mas com essas ninguém se preocupa.
Já lá vão cinco anos. Se um terrorista quiser fazer estragos aqui por Lisboa, consegui-lo-á faser. Só espero que não lhe corra bem o plano, e que a bomba lhe rebente nas mãos quando estiver longe de toda a gente.

Cinco anos

Onde estavas no dia 11 de Setembro?
A pergunta não é do Baptista-Bastos e não tem a ver com o 25 de Abril. Tem antes a ver com um outro dia marcante e com imagens chocantes.
Eu estava em casa. Na altura ainda em férias, estava a levantar a mesa do almoço enquanto a televisão debitava o fim do telejornal com o José Rodrigues dos Santos (1). É feita a chamada para o tema: um avião embateu no World Trade Center, em N.Y.
A curiosidade mórbida que nos atrai para as catástrofes fez-me olhar as imagens da CNN que a RTP1 pôs no ar. À distância, de muito longe, via as duas torres gémeas e uma delas ditava fumo.
Naquele momento pensei que tinha sido uma avioneta a embater no edifício. As proporções eram enganadoras e eu não apreendi a escala. Imaginei um temerário a voar pelo meio das torres e a correr mal a acrobacia. Imaginei um avião avariado em queda.
E foi então que se viu, como um míssil, outro avião a embater na outra torre. Fiquei de boca aberta, baralhado, espantado, incrédulo. O que fora aquilo?
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Mais uma vez a escala era enganadora, e eu vira uma "avioneta" a explodir. Imaginei um avião das televisões que se aproximara demais, imaginei um controlo aéreo descontrolado. Mas então lembrei-me que os media andam de helicóptero, não de avião. E que mesmo com más indicações dos controladores aéreos qualquer piloto veria as torres.
"Mãezinha, o que está a acontecer?"
Recordo-me como se fosse hoje. Sentei-me no sofá com o prato sujo nas mãos e fiquei a olhar e ouvir, esperando perceber o que se estava a passar. O Rodrigues dos Santos nada sabia adiantar: estava tão aparvalhado como eu. A SIC e a TVI nada mostravam ainda. Naquela altura apenas tinha os quatro canais de sinal aberto.
A CNN mostra outra imagem da segunda colisão: é então que percebo que os aviões em causa são aviões comerciais de passageiros, jactos, grandes aparelhos. Um arrepio anuncia-me o que já era óbvio: os EUA estão a ser atacados com os seus próprios aviões.
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Falam no terceiro avião, que cai no Pentágono. Imagino futuros cenários de guerra alargada. Acompanho com angústia o terror daqueles que estão nas torres. Vejo os minutos passar com o incêndio a aumentar. Corpos lançam-se das janelas e precipitam-se no abismo mortal para se esmagarem na rua. A azáfama dos bombeiros parece inútil: um combate de formigas contra gigantes. O fogo está lá no alto, alimentado pelo combustível dos aviões utilizados.
E, de repente, uma das torres cai pulverizada, desmorona como um castelo de areia. Com ela todos os que lá se encontravam. Gritei. Recordo que gritei. Como é possível? Como pode um edifício daqueles entrar num colapso tão definitivo? Como pode morrer assim tanta gente?
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Entretanto já telefonara para família e amigos. Dessa forma partilhava aquilo que via e sentia ali, sózinho na minha casa. A segunda torre cai, da mesma forma, e o Rodrigues dos Santos começa por dizer que aquelas imagens ainda eram uma repetição de primeira derrocada. Gritei a sua incapacidade para perceber que aquele era outro desmoronamento. Ele deve ter ouvido porque de imediato corrige a informação. Também ele, horrorizado, se apercebe que no horizonte de NY já não há qualquer uma das torres gémeas.
Fiquei agarrado ao televisor o resto do dia. No dia seguinte comprei vários jornais. Temia o que se ia seguir.
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Notas: (1) o José Rodrigues dos Santos não estava a apresentar o telejornal do almoço. Foi chamado assim que se aperceberam que algo de grande estava a acontecer e assumiu as rédeas da emissão em directo que continuou logo depois desse noticiário.

7.9.06

Será mesmo para melhor?

Grandes alterações ocorrem nos jardins da Gulbenkian. Começou com a substituição de espécies e a colocação de uns "lagos" de reduzida profundidade, forma circular e delimitados por ferro ferrugento que acho um pouco "choninhas", sem impacto e apenas despropositados.
Depois, apareceram umas coberturas de tecido à volta do CAMJAP, oferecendo sombra neste Verão quente. Aparentemente seriam uma solução provisória que julguei escolhida para a cerimónia formal que ocorreu celebrando os 50 anos da fundação e a encheu de VIPs. Porém, mantiveram-se lá, começando a evidenciar o notório desgaste provocado pelo sol e humidade. O tecido começa a abaular cada vez mais e já lhe bato com a cabeça. As aves têm contribuído para forrar a parte superior dos toldos com caca naturalmente inestética.
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(fotografia de Urso Polar)
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Agora revelou-se a nova intervenção: um palco aparentemente permanente, com pala, colocado no anfiteatro ao ar livre.
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(fotografia de Urso Polar)
Não é repulsiva, por si, a estrutura retratada. Porém, para mim, estraga o anfiteatro. É um monstro permanente que se intromete e viola a relação daqueles lugares com o lago, o relvado e o próprio edifício principal. Não será o mesmo estar ali sentado, em qualquer altura do ano, a ler o jornal, um livro, ou a namorar. A partir de agora, os lugares do anfiteatro ao ar livre estão mais fechados, claustrofóbicos, e perderam a amplitude que os tornavam muito agradáveis e proporcionavam repouso ao olhar.
Por isso pergunto: Será mesmo para melhor?

5.9.06

Pouca-terra, pouca-terra, pouca-terra, choo-choo

Avizinham-se muitas viagens de comboio, pelo menos durante este ano, tendo a primeira das quais acontecido este domingo. O trajecto partia de Tunes e acabava em Entrecampos (Algarve-Lisboa). Porque nunca o fizera, decidi escolher o serviço de primeira classe, no Alfa Pendular da CP.
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Como ultimamente tenho tido algum azar nas viagens de comboio, esta não foi excepção. O dito Alfa chegou uns minutos atrasado (o que compensou no resto do percurso) porque fora atacado.
Sim... O Alfa foi atacado por um grupo... bom, deixa-me esclarecer desde já que não foi um assalto daqueles de pôr o tronco no meio da linha para o comboio parar e assaltar os passageiros encetando depois uma fuga a cavalo. Se pensaram nisso andam a ver demasiada coboiada na televisão ou a ler os Lucky Luke do Público. O ataque fez-se com latas de tinta em spray.
Não vi a investida mas escutei a sua descrição. Tendo o comboio que parar perto de Boliqueime para se cruzar com outro que circulava em sentido contrário na via única, um grupo de pelo menos treze indivíduos, com as caras cobertas, avançou para a composição e pintou a parte de fora do lado esquerdo das duas carruagens "conforto" (1ª classe). O revisor tentou sair do comboio para os afugentar e por duas vezes foi apedrejado.
A missão estava bem planeada. Uns pintavam, outros apedrejavam, outros fotografavam o troféu.
Esta operação de terrorismo urbano teve como consequência uma viagem de duas horas e meia com o cheiro da tinta, que era chupado para o interior fechado da carruagem pelo ar condicionado, estragando o ar de quem ali viajava.
Qual foi o gozo?
Se calhar está na internet. eu procurei mas não o encontrei.
Aos palhaços que fizeram isto, só espero que tenham um ataque de impotência e frigidez, dependendo do género, para os próximos cinco anos.
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Já aqui há tempos fui de Lisboa a Setúbal de comboio e apanhei um sacana que após uma discussão largou na carruagem uma baforada daqueles sprays de defesa que intoxicou toda a gente. Consegui mudar de poiso depressa, mas não me livrei dumas tossidelas. Outro sacana que nem com Viagra deveria conseguir algum resultado nos próximos dez anos...