28.7.07

Mas esta vida nao chega?

Se há coisa que me chateia é não ter tempo para fazer tudo aquilo que quero. A vida está cheia de possibilidades e só o tempo ou a resistência física se opõem a que as tentemos todas. Tudo o resto poderia ser ultrapassado com maior o menor investimento pessoal. Mas o que é certo é que cada um tem a sua vida e pode vivê-la. E deve vivê-la explorando todo o seu potencial, todos os dias, junto das pessoas com quem interage.
Para quê então uma SecondLife?
Para quê essa moda que o SL se tornou que toda a gente tem que lá estar, toda a empresa, todo o clube, todo o Estado? Mas que relevância terá esse segundo mundo, virtual, onde as pessoas se "casam" (?), onde se "vendem" terrenos? Qual a necessidade de perder precioso tempo desta vida de carne e osso frente a um monitor de computador para "viver" uma abstracção?
Será a vida de carne e osso assim tão má?
Eu ainda posso compreender que o indivíduo leve isso a sério. Se há quem viva nos chats, nos jogos, ou noutro tipo de interacção a distância, não física...
Até compreendo que, atenta a divulgação do sistema, as empresas queiram ali publicitar. É mais um espaço para expôr as marcas e tentar obter retorno de um público alvo.
Mas que diabo, porque razão o Ministério da Justiça "entrou" no SecondLife com um "Tribunal Arbitral" para resolução de conflitos?
Com o estado da Justiça em Portugal, com carências visíveis no dia-a-dia dos nossos Tribunais, onde faltam computadores, sistemas de gravação digital levando à anulação de julgamentos porque as velhinhas cassetes nada gravaram, funcionários, instalações em condições, quanto dinheiro foi e será gasto para o MJ entrar no SecondLife, e ali manter o "Tribunal de Conflitos" que será operado por funcionários do ministério? Quanto dinheiro foi gasto na conferência de imprensa em que o Secretário de Estado João Tiago Silveira anunciou tão "importante iniciativa"?
E quanto dinheiro e energia foram despendidas na transmissão da notícia (vi-a na RTP e na SIC)?
Pelos vistos há quem chame isto de governação. Eu chamo isto gastar o meu dinheiro, o nosso dinheiro, em merda inútil.

27.7.07

Estreou ontem - The Simpsons Movie



Imaginem um dos melhores episódios da inúmeras temporadasa da televisão. multipliquem a sua duração por três, sem que com isso reduzam o ritmo, ou a proporcionalidade das piadas. Imaginem um enredo cinematográfico com suficientes reviravoltas para salientar que o pequeno ecrãn é uma coisa, e a tela de um cinema é outra. Juntem uma série de piadas a apontar que gozam com os Simpsons no cinema.
O resultado só poderia ser uma hora e vinte de muito boa disposição, para ver numa boa sala de cinema (por favor, a ver pelo trailer na TV, fujam da versão dobrada) e para esperar ansiosamente pelo DVD que deverá vir carregadinho de extras apetitosos..
Cinco estrelas. A não perder.

25.7.07

Monty Python



Já cá cantam.

24.7.07

Diarreia

A semana passada foi notícia que o Governo tinha aprovado o novo Código do Processo Penal. Uma alteração sistemática, profunda. Como tal, seria de esperar que estava pensada, e cobria todas as matérias do próprio código. Eis senão quando ontem, no Diário da República, surge isto:
"Lei n.º 26/2007
Assembleia da República
Autoriza o Governo a aprovar um regulamento das custas processuais, introduzindo mecanismos de modernização e simplificação do sistema de custas, a revogar o Código das Custas Judiciais e a alterar os Códigos de Processo Civil, de Processo Penal e de Procedimento e de Processo Tributário "

23.7.07

Fenix


Harry Potter e a Ordem da Fénix é, sem dúvida, mais do mesmo. Mais um ano, mais uma aventura na escola de feitiçaria. Os personagens envelhecem e perde-se a ingenuidade dos primeiros filmes. Já não estão em causa criancices, mas sim a passagem para a adolescência e o assumir do tom negro da vida, da luta do bem contra o mal, da noção de que com grandes poderes vêm grandes responsabilidades.
Não li nenhum dos livros, mas não me custa imaginar que o filme segue as ideias de J.K. Rowling e por isso sinto o tom das obras britânicas de luta contra a ditadura, a censura.
Não trouxe nada de novo este filme. Foi filmado de forma competente e claramente não acabou. Haverá mais e mais se exige para que se complete o ciclo do jovem feiticeiro. Para mim Harry Potter nunca será um espectáculo, uma emoção, um objecto de culto. Mas compreendo que o seja para a geração que cresce ao ritmo de Potter.
Também digo que, não fosse ter o MedeiaCard e nunca iria ver este filme no cinema. Ainda assim merece um sólido três.

21.7.07

À prova de morte



Death Proof é o último trabalho de Quentin Tarantino, e apenas me apetece dizer que é um verdadeiro filme de autor, daquele autor. Que não engana ninguém, e está ao melhor nível do realizador que nos habituou a cenas gore, sanguinárias, e a diálogos frescos e brilhantes de tão naturais pelas questões "filosóficas" que levantam, tão perto das conversas da treta do dia-a-dia.
O filme utiliza de forma fantástica truques para parecer uma produção manhosa dos anos 70, com riscos, cortes, saltos, um verdadeiro hino à montagem, pois é preciso ser bom para reproduzir tantas "asneiras técnicas".
As interpretações são boas, muito boas, e o vilão é brilhantemente desempenhado por Kurt Russel, que tantos maus personagens já nos ofereceu.
Tarantino cita-se ao longo do filme, seja pela cor de um Mustang, a lembrar Uma Thurman, seja pelo toque de telemóvel a lembrar o mesmo Kill Bill. E seguramente citará muitos outros filmes que desconheço por não fazer parte da geração que viu em adolescente aquelas produções que esta agora celebra.
Quem gostou das outras longas-metragens de Tarantino terá que gostar desta. E seguramente se divertirá, como eu me diverti, encarando com grande satisfação as palavras The End.

Feitiçarias



Hoje passei por várias livrarias, e descobri que o novo livro de Harry Potter estava à venda em todas. Não percebo, pois, a ânsia de muitos para encomendar o livro, que esteve em pré-venda durante semanas.
Aquilo que reparei foi que, na primeira das livrarias em que entrei, a BookHouse, o livro custava € 28,50. Na Almedina, € 25,30. Na FNAC € 22,90.
A diferença de preços dá que pensar, não?

13.7.07

Tropicalizaçao



Há dias estava eu de conversa com a Ouriço-Caixeiro quando partilhámos a ideia de que, por vezes, este nosso país parece estar a caminhar para a "tropicalização". Claro que, na altura, estávamos a pensar no esteriótipo da "república das bananas" e de como se acumulam os "poderzinhos", os pequenos poderes que o tipo mais banal tem ao seu dispôr no seu trabalho, por vezes inútil. Ou então no espírito de subserviência para evitar problemas, que o importante é ir andando sem chatear os manda-chuvas. Ou o abuso, a corrupção, o desvio, o esquema. Oh, e como nós adoramos esquemas.

Foi então que me veio à ideia outra imagem que me tem importunado nos últimos tempos, e que mais não é que a da generalização do "chinelo-de-enfiar-no-dedo" como artefacto de moda para usar... em todo o lado.
Este tipo de chinelo é igualmente um sinal de tropicalização. Mentalmente vejo-o como calçado dos países em que a pobreza grassa e o clima não é frio, pelo que o chinelo é o calçado de eleição. Aliás, certamente já todos vimos a imagem do acidente de comboio, ou da avalanche, do tremor de terra ou da guerra... em que aparece sempre o chinelo abandonado no meio da rua, perdido por quem fugia ou foi vítima da catástrofe.

Pois agora, aqui em Lisboa, vêem-se dezenas e dezenas de pessoas a usar o "chinelo-de-enfiar-no-dedo", rebaptizado de "havaianas". Não é uma imagem que me agrade.
Quando era pequeno também usei muitas vezes o "chinelo-de-enfiar-no-dedo", porque... porque era barato e não havia assim tanto dinheiro para gastar em calçado, e na altura do Verão eu bem que podia ir para a praia ou brincar na rua com os meus amigos, até andar de bicicleta, chinelando. Saía mais barato ao orçamento familiar, apesar da resistência dos ditos deixar muito a desejar e eu rebentá-los com alguma frequência. Vá lá que também havia imaginação e por vezes uns remendos eram conseguidos. Mas garanto que os meus pais eram incapazes de me mandar para a escola, ao médico, a visitar alguém, a passear com o "chinelame" enfiado nos presuntos. Para isso havia sapatos, ténis, ou umas sandálias a sério.
Ainda hoje tenho chinelos deste tipo (mas daqueles pretos, discretos, de equipamento desportivo) que acho indispensáveis para andar por casa. Mas ir para a rua com eles, na cidade? Sou incapaz. Ter os meus pés assim tão perto da imundice da cidade? Arrepia-me. As sandálias sempre têm uma sola a sério, e envolvem minimamente o pé. O chinelo só será por mim usado na rua para ir para a praia, e é quando estou numa casa mesmo pertito da praia. E mesmo assim, prefiro as sandálias.

Porquê todo este discurso? Não sei. Não é um manifesto anti-chinelo. É só um reparo a este sinal de "tropicalização" que me incomoda. Porque, não sei se sabem, há muitos anos atrás, nos tempos daquele senhor de nome Salazar, foi necessário criar uma lei que proibia as pessoas de andar descalças na rua. Por razões de saúde pública. Prque como o país era muito "rico", as pessoas não gastavam o pouco que tinham e andavam descalças. Vejam imagens antigas, dos ardinas de Lisboa, por exemplo. Todos aqueles miúdos andavam descalços a maior parte do ano.
Pois bem, andar com estas "havaianas" é pouco mais que andar descalço. Não vos incomoda?

11.7.07

Com cheiro a peixe

Acabo de ganhar esta beleza, em edição portuguesa

nas "Manhãs da Antena 3".
Tive que entrar em duelo de slaping-fish dance" dizendo o nome de peixes.
Por várias vezes tenho tentado que me atendam neste tipo de concursos sem qualquer sucesso. Desta vez foi à primeira. Há dias de sorte.
Ainda bem que foi com os Monty Python.
Prometo não ver tudo de uma vez... São 47 episódios, salvo erro.

10.7.07

Saiam da frente!



Com o actual trabalho que tenho entre mãos é assim que me sinto, a correr pela minha vida. Quanto mais escrevo mais tenho que escrever. Por mais que avance parece que estou no mesmo sítio. E corro. E corro. E corro...

7.7.07

The Simpsons

Estão quase a chegar, e vêm preparados para arrasar este Verão. Arrisco pensar que este será o melhor filme do ano.
Vejam aqui os trailers e os teasers. E digam lá se não concordam comigo.

5.7.07

À espera

Sinto que estou à espera.
À espera que algo aconteça, porque agora o que se passa é muito, mas está longe de ser um acontecimento.
Espero pelas férias que se avizinham, mas que já estão prejudicadas por trabalho que, por força da lei, vai bulir com os meus dias de férias pessoais.
Espero que outros se decidam depressa para saber como vai ser o próximo ano, se vou ficar por aqui ou se mudo de poiso mais uma vez.
Espero pelo calor a sério e pela oportunidade de ir para a praia, deitar-me ao sol, jogar raquetas e banhar-me no mar. Ainda não fiz isto este ano. Estou branco como nunca estive em Julho.
Espero descansar, que nesta altura é aquilo que mais me apetecia. Parar, desligar, fazer reset. Ver televisão (tenho vários DVDs, filmes e séries, para pôr em dia), ler uns livros, contemplar umas exposições, chafurdar numas revistas, nuns jornais, fazer sudokus e palavras cruzadas.
Estou à espera.

2.7.07

Breve amostra





(todas as fotografias por Urso Polar)


Estas são as fotografias que me valeram o prémio na 7.ª Corrida Fotográfica de Portimão. Estão aqui representadas em pobres fotografias digitais dos exemplares expostos ao público. Lamento a qualidade, mas a velha câmara digital que eu tenho não é muito dada a este tipo de imagens, pelo que a deformação é grande, e a focagem (sem flash) difícil.
Dá para ficar com a ideia geral.