27.1.10

Quero!

Sou sensível às novidades, sou.
Por isso... Quero!

Lucidez

Eduardo Dâmaso, do Correio da Manhã, é dos poucos jornalistas que de forma esclareciada vê o mundo judiciário e consegue transmitir sem demagogia a realidade dos factos. Talvez por isso já tenha corrido quase todos os jornais diários e feito poucos amigos na maioria deles.
Veja-se este editorial de hoje:

A abertura do ano judicial, que hoje se realiza, é uma liturgia de reencontro das profissões jurídicas. É um momento importante, mas a realidade actual da Justiça é a maior prova de que a partir de toda aquela ritualização nada muda.


Nos últimos vinte anos foram ali feitos extraordinários diagnósticos do estado da arte, mas esta não resplandeceu. Já não vale muito a pena dissecar os males da justiça penal, amplamente conhecidos. Basta atentar pequenos números: o Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP), responsável pela investigação dos crimes mais complexos, tem apenas 12 funcionários e nem meia dúzia de peritos.
O Ministério Público, em geral, quando necessita de peritos tem sempre de bater à porta dos governos. A PJ tem hoje metade dos funcionários de investigação que tinha há dez anos. Os funcionários judiciais têm sempre mais trabalho do que salário. A revisão das leis penais de 2007, apesar das boas opções na protecção de direitos fundamentais, arrasou a eficácia do combate ao crime violento e económico. O retrato é mais do que conhecido. Agora, se formos para os tribunais administrativos e fiscais ou para as varas cíveis, a tragédia é total. Por culpa exclusiva do poder político, por muito que seja cada vez mais popular ver todos os males da Justiça na força de bloqueio das corporações."

25.1.10

Super Conan

A NBC tem anos de tradição de à noite fazer apresentar três talk-shows seguidos: o "Tonight Show", o "Late Night" e o "Last Call" todos eles precedidos por três séries de ficção.
Depois de muitos anos com a programação assim estruturada, alteraram as regras do jogo, eliminando o espaço para uma dessas séries de forma a introduzir um novo talk-show. Novo formato, mas a mesma prata da casa, fazendo Jay Leno progredir para uma hora mais cedo. Conan O'Brien era assim "promovido" para o "Tonight Show" e Jimmy Fallon substituia-o precedendo Carson Daly.
A opção revelou-se má, especialmente para Jay Leno, e agora a NBC decidiu avançar toda a programação para a frente, de forma a que o no programa do comediante de grande queixo recuperasse o horário do seu antigo "Tonight Show".
Conan não o aceitou e saiu da NBC com uma indemnização choruda, para si e para a equipa que há sete meses atrás deixou Nova Iorque para o acompanhar em Los Angeles.
Chegado aqui, é caso para perguntar: que televisão é esta que se liberta de um génio do entretenimento televisivo?
Jay Leno tem piada e conversa mas a rigidez da idade já se nota. Faz lembrar o nosso Herman quando quis ser levado a sério. Leno sério e credível não é entretenimento.
Jimmy Fallon é novidade. É um excelente actor, comediante, mas notoriamente não está à vontade nas entrevistas.
Conan... Conan é um portento. O seu humor é sem dúvida o mais corrosivo, alucinado, empolgante, brilhante. A capacidade de parada-e-resposta que evidencia nas entrevistas dá um ritmo aos seus talk-shows acima da média.
A questão que se coloca é a de saber quem irá agora valorizar a sua equipa contratando este craque em plena temporada.
Por cá perde a SIC RADICAL que transmitia o ruivo louco. Fica Jimmy Fallon a desejar ter um dia o brilhantismo de Conan. Leno quedar-se-á pela SIC MULHER, terreno onde é mais eficaz.
A bem da televisão só podemos esperar que Conan regresse. Rapidamente.

20.1.10

É mesmo assim

Ultimamente tenho tido vários exemplos desta realidade.



Movimento Perpétuo Associativo

Deolinda

Composição: Pedro da Silva Martins

Agora sim, damos a volta a isto!
Agora sim, há pernas para andar!
Agora sim, eu sinto o optimismo!
Vamos em frente, ninguém nos vai parar!

-Agora não, que é hora do almoço...
-Agora não, que é hora do jantar...
-Agora não, que eu acho que não posso...
-Amanhã vou trabalhar...

Agora sim, temos a força toda!
Agora sim, há fé neste querer!
Agora sim, só vejo gente boa!
Vamos em frente e havemos de vencer!

-Agora não, que me dói a barriga...
-Agora não, dizem que vai chover...
-Agora não, que joga o Benfica...
e eu tenho mais que fazer...

Agora sim, cantamos com vontade!
Agora sim, eu sinto a união!
Agora sim, já ouço a liberdade!
Vamos em frente, e é esta a direcção!

-Agora não, que falta um impresso...
-Agora não, que o meu pai não quer...
-Agora não, que há engarrafamentos...
-Vão sem mim, que eu vou lá ter...

Letra tirada daqui


16.1.10

Porrada?

(fotografia do Correio da Manhã)

Quem ontem viu os acontecimentos à porta das Varas Criminais de Lisboa não deveria deixar de pensar no sentimento de falta de autoridade que existe em intituições essenciais de um Estado de Direito, como os Tribunais e a Polícia.
Esperar à porta do Tribunal, perante o dispositivo policial ali existente, para se lançar barbaramente sobre alguns indíviduos e os espancar (as imagens foram óbvias) revela um intolerável desrespeito pela norma.
Com a intervenção policial, que nas imagens se vê tímida e sem violência exagerada (nos EUA os indivíduos tinham sido derrubados sem contemplações e quem sabe até se não teria havido um ou outro baleado - mas os EUA não são exemplo para ninguém, excepto para os paladinos dos direitos humanos que não costumam ver nada do que por lá se passa nesse campo), mas dizia eu que, com a intervenção policial de imediato surgiram vozes a desviar o cerne da questão para apontar excesso da polícia.
No restaurante onde almoçava, ao passarem as imagens na televisão, da mesa atrás, uma voz logo se levantou dizendo "Coitadinho, tanta porrada que está a levar". Falava do indivíduo da foto que estrebuchava no meio de vários polícias tudo fazendo para que estes o não agarrassem, dando socos em todas as direcções. Os Agentes, não estavam sequer a bater-lhe, antes a tentar manietá-lo, impedi-lo de se mexer.
Mas é tão fácil manipular o que os olhos vêem, não é? Especialmente se os meios de comunicação social não conseguem ser objectivos e a autoridade é sistematicamente questionada apenas porque assim se vende mais papel.

13.1.10

Procura-se Sol

Por muito atractivos que os países do Norte da Europa pareçam quando os visitamos, estes dias de chuva que nunca mais acabam fazem-me ter muitas saudades do nosso sol, da luz que habitualmente inunda Lisboa e anima o dia-a-dia.
Estou farto da chuva, da paisagem encharcada, do cinzento que se empurra pela janela invadindo o olhar. Preciso que o sol regresse e me obrigue a pôr os óculos de sol, a franzir os olhos. Que me convide a sentar numa esplanada, num banco de jardim, e ali me aqueça o corpo, a alma, recarregando as baterias que estão desgastadas de tanta humidade.
E da próxima vez que me falarem de preferir viver numa qualquer outra cidade da Europa direi... só se for mais perto do equador.

11.1.10

Bandeira branca

Após muito tempo a resistir, rendi-me ao Facebook e já por lá ando.
Como este "blog" continua a ser anónimo (ou quase, pois muita, muita gente sabe quem é o Urso Polar) não faço qualquer ligação entre a minha rede de contactos e estas páginas. Mas para aqueles que quiserem, e souberem como procurar, encontrar-me-ão lá pelo Facebook (ainda me custa dizer esta última palavra, sabe-se lá porquê).

10.1.10

Agora, a cores


Como já por aqui o referi, desde Maio que comecei a praticar Tai-Chi e Kenjutsu (sabre japonês), disciplinas que me têm proporcionado excelentes momentos e permitido conhecer-me melhor. Desta forma, posso melhorar enquanto indivíduo, quer física quer mentalmente.
Ontem dei mais um passo nessa aprendizagem, subindo um escalão, o primeiro, na hierarquia das cores dos cintos na arte marcial que é o kenjutsu.
Pode parecer pouco, este passo, quando há tantas modalidades nas quais o amarelo é praticamente oferecido. Eu sei que trabalhei bastante para o merecer. Mas sei também que quero continuar o trabalho pois, muito para além da cor que temos à cintura, o sentimento de conquista que experiencio quando faço algum exercício muito melhor do que fazia há meses atrás, ou descubro um novo movimento, uma nova via para trabalhar, garantem-me níveis de sanidade que no dia-a-dia profissional se esgotavam antes de abraçar estas disciplinas orientais.

6.1.10

Em que é que ficamos?

Numa explosão numa base americana sita no Afeganistão morreram sete operacionais da CIA. Diz o jornal "Metro" que o autor do feito foi um agente duplo. Já o jornal "Global" atribui a autoria do atentado a um agente triplo.
Em que é que ficamos? Alguém dá mais? Agora todos jogamos com apostas múltiplas?

5.1.10

Intimidade

"A Caixa de Fósforos" de Nicholson Baker é um livro pequeno, que se lê rapidamente, tão grande é a intimidade que se gera entre o leitor e o narrador.
Todos os dias o narrador acorda de madrugada para, às escuras, acender a lareira e se deixar ficar só, com os seus pensamentos, as suas memórias, a sua calma, e assim despertar para o dia. É Inverno e acender a lareira, fazer café, escrever, tudo no escuro, torna-se uma arte, um desafio metódico temperado com as recordações e a atenção para pequenos pormenores, aqueles pensamentos que todos já tivemos mas, de tão insignificantes, não nos demos ao trabalho dos partilhar.
Merece, sem dúvida, uma leitura atenta. Preferencialmente à frente de uma lareira, com pouca luz, e em silêncio.

4.1.10

Resolução de Ano Novo

Mais.
Conferida a estatística deste blog constatei que em 2009 apenas "postei" 108 vezes. Foi este o ano no qual menos escrevi por aqui, desde que comecei o blog em 2003 (este ano não incluído, porque apenas teve direito a dois meses).
É pouco. Comprometo-me a escrever mais em 2010, ou seja, mais do que nove posts por semana.
Apenas 14 filmes foram por mim vistos no cinema. É pouco. Muitos foram os títulos que gostaria de ter visto na grande tela e que deixei passar, por preguiça, por falta de tempo, por terem estado em exibição poucas semanas. Em 2010 terei que ir mais vezes ao cinema.
Excluindo os títulos de BD, apenas li 14 livros este ano. Muito pouco. Tenho que resolver isto e arranjar mais tempo para dedicar às letras. Tenho que ler mais em 2010.
Se cumprir isto..., já não será pouco.
Daqui a um ano veremos.

3.1.10

A três dimensões

O primeiro filme do ano foi a loucura a três dimensões levada a cabo por James Cameron. Com os desconfortáveis óculos 3D colocados por cima dos meus óculos graduados, no início precisei de uns momentos para me adaptar à "leitura" da imagem que na tela ganhava profundidade. Às vezes baralhava-me e torcia os olhos até novamente ver os diversos planos que eram exibidos.
Conclusão? A tecnologia está a atingir um nível de qualidade surpreendente e realizar uma obra tendo em conta esta profundidade de planos não deve ser nada fácil. Mas Cameron consegue encantar ao longo das duas horas e meia de filme, graças aos efeitos especiais com os quais criou um novo mundo, Pandora, e nos colocou lá no meio. É uma experiência a não perder.
Quanto ao filme, à história, às interpretações... sou sincero: se não fossem as 3D era de uma mediania confrangedora. Consegue antecipar-se todo o fio da narrativa, todas as soluções e adivinhar o fim. As personagens são esteriótipos vistos e revistos em muitos outros títulos e géneros.
Mas nenhum antes esteve assim, quase no meio dos espectadores.
A versão 3D, para mim, é de ver, quanto mais não seja para não perder um marco da filmografia. A versão comum, é seguramente dispensável, até que se veja num domingo qualquer quando no sofá ligarmos a televisão.

Quanto ao resto, um bom ano de 2010. Que seja melhor que o findo 2009 e seja pleno de bons momentos para viver e mais tarde recordar.