30.4.10

Peluche

Ontem os Mão Morta apresentaram em concerto, no Coliseu dos Recreios em Lisboa, o seu último álbum, "Pesadelos em Peluche".
Continuam iguais a si próprios, duros mas melódicos, capazes de fazer estremecer o Coliseu, mas ao mesmo tempo embalando-o num cuidado dedilhar de notas. Adolfo Luxúria Canibal, dançando como um zombie epilético, grunhe, grita, guturalmente expressa as letras cruas e aprimoradas dos temas, sejam eles novos ou antigos. Tal como sempre nos habituou.
Uma entrada a matar com dois êxitos do passado abriu portas para os temas novos que muitos fãs já cantavam. Ao fim de duas horas de concerto o mesmo findou com o amargo sabor de parecer pouco tempo.
O Coliseu estava pouco cheio, talvez três quintos da sua capacidade. E, realmente, acho que o espaço não favorecia a banda. Se não quiséssemos estar na linha da frente da plateia (sinceramente, já não tenho idade para isso) tornava-se necessário um compromisso: as bancadas laterais, com óptima visibilidade, perdiam clareza no som da voz, todo ele projectado para o fundo da sala; aí, porém, já a banda estava longe e os mais baixos nada viam, pois para plateia corrida, em pé, seria mais adequado um palco com o dobro da altura.
Para mim, os Mão Morta devem ser vistos em anfiteatro, como já aconteceu no Fórum Lisboa, na Culturgest, ou no São Jorge.
Tenho agora o disco para escutar com atenção, e apanhar os refrões que ontem, facilmente, ficaram no ouvido. Sigam o capitão.

21.4.10

Livros

A 80ª Feira do Livro de Lisboa regressa ao Parque Eduardo VII de 29 de Abril a 16 de Maio, com novos horários e novas propostas culturais:
Segunda a sexta: 12:30 pm - 11:30 pm
Sábado e domingo: 11:00 am - 11:30 pm
Espero que todos aproveitem para passar por lá.

19.4.10

Sabedoria

Este fim-de-semana passei 13 horas num seminário incrível com Mestre Kenji Tokitsu.
A experiência é inesquecível e os seus efeitos vão prolongar-se no tempo. À medida que for continuando as aulas de Tai-Chi, seguramente irei consolidar e desenvolver os ensinamentos deste seminário.
Por ora sinto o corpo moído pelo trabalho realizado. Doem músculos que esquecemos, que deixámos de usar e que tanto têm para dar. A experiência arrasa qualquer mito de que o Tai-Chi é "aquela coisa levezinha que as pessoas fazem paradas ou mexendo os braços". Garanto-vos que este Tai-Chi e as modalidades marciais associadas estão muito longe disso.
Esperamos agora que daqui a seis meses o Mestre regresse para partilhar connosco a sua sabedoria.

10.4.10

Shogun


Faz uma semana que, em duas sessões alargadas, vi de seguida uma série de televisão que faz parte do meu imaginário infantil, pois passou em Portugal tinha eu à volta de dez anos.
Falo de "Shogun", de James Clavell.
Devo dizer que o produto envelheceu muito bem. Vê-se com prazer sem aqueles constrangimentos com os quais a técnica de então marcou muitas outras séries de televisão.
O aspecto que mais salta à vista é, sem dúvida, o esforço de reconstituição nos cenários, guarda-roupa e na reprodução do modo de estruturação da sociedade feudal japonesa do final do século XVI, princípio do século XVII.
Curioso mesmo foi recordar-me de tantas cenas de algo que vi vai para quase trinta anos.
Recomendo que a vejam. Sem receios, especialmente se a tiverem na memória como uma boa série.

9.4.10

Quando as coisas funcionam bem


No fim-de-semana passado, passeava com amigos por Sintra quando em pleno centro da vila nos apercebemos que, no adro da igreja, alguém deixara um saco de uma câmara fotográfica. Após vários minutos durante os quais ninguém voltou para o reclamar , lá lhe mexemos apercebendo-nos então que o saco não estava vazio, tendo no seu interior a dita câmara.
Deixando no local um aviso sobre o destino do achado, levei-o para o posto do sub-destacamento territorial de Sintra da GNR onde o entreguei.
Fui atendido pelo graduado de serviço, o Cabo Joaquim Silvestre, que muito atenciosamente recebeu o saco e elaborou o competente auto, ao mesmo tempo que comandava os seus subordinados numa saída para irem pôr cobro a uns desacatos dos quais chegara notícia àquele posto. Ajudando-o na tarefa de saber a quem pertencia o achado, liguei a câmara e juntos vimos logo nas três primeiras fotografias um casal com o qual me cruzara junto à igreja e que àquela hora já deveria andar em busca da sua reflex Canon.
Preenchido que ficou o "Auto de Achado" dele constei que há um "sistema integrado de informação sobre perdidos e achados - SIISPA", no qual os objectos são registados informaticamente sendo que em qualquer posto da polícia pode ser prestada informação de que foram achados.
Neste caso, porém, nem foi preciso. Meia-hora depois telefonou-me o Cabo Silvestre informando que os donos já lá tinham aparecido para reclamar o saco com a câmara, avisados que foram pelo meu escrito.
Fiquei satisfeito por ter contribuído para a recuperação daquela câmara fotográfica, mas mais satisfeito ainda por ter sido tão eficaz, correcto e atencioso o atendimento no Posto da GNR de Sintra (junto à estação da CP).
E se aqui conto este episódio, é porque também sabe bem contar as histórias boas e que acabam da melhor forma.

6.4.10

A bolsa ou a vida

"António Mexia mais bem pago que Steve Jobs", é um dos títulos de hoje do DN.
A notícia reza assim:

"Presidente da EDP ganha mais que os presidentes da Microsoft e da Apple.

Apesar de ser o gestor mais bem pago do PSI-20, António Mexia não tem o maior salário entre os responsáveis das eléctricas europeias. Os 3,1 milhões de euros de remuneração do presidente da EDP ficam aquém das obtidas nas empresas do sector na Alemanha, a RWE e a E.ON, mas acima dos salários de Steve Balmer, presidente da Microsoft, ou Steve Jobs, presidente e fundador da Apple (...)
Com uma remuneração de 3,1 milhões de euros em 2009, António Mexia está em terceiro nesta lista. No entanto, o gestor da eléctrica nacional só recebeu 703 mil euros de salário fixo, sendo o restante valor atribuído em bónus, quer anuais quer plurianuais - referentes a anos anteriores mas entregues em 2009 - razão pela qual a remuneração do presidente da EDP cresceu dois milhões de euros num ano, a título excepcional, já que em 2008 António Mexia recebeu quase 1,3 milhões de euros.
No total, a empresa pagou 17,6 milhões em remunerações aos membros do conselho de administração executivo, segundo os valores disponíveis no relatório de governo de sociedade da eléctrica.
Com salários abaixo do auferido por António Mexia estão os responsáveis da Gás Natural e da EDF. Salvador Gabarró Serra, presidente da eléctrica espanhola, auferiu 1,1 milhões de euros em 2009, sendo que a empresa pagou quatro milhões de euros em salários aos seus administradores, quer executivos quer não executivos.
Já Pierre Gadonneix, presidente executivo da empresa francesa até Novembro, recebeu um total de 729 mil euros. Henri Proglio, que ocupou o seu lugar, auferiu 154 mil euros (...)"

A afronta é tal que o comentário a esta notícia é obvio. Merecerá este senhor tamanho rendimento? Quando comparado com os gigantes mundiais da informática e com as eléctricas de países muito mais ricos, muito maiores e, seguramente, que movimentam muito mais verbas, infraestruturas só posso gritar que cada vez mais uns poucos se enchem à custa de muitos. E depois, gostam de apontar o dedo aos escandalosos vencimentos dos trabalhadores dependentes, que aindam ousam pedir aumentos que nem chegam a € 50,00 por mês, os gananciosos...

Sinto-me assaltado por cada conta da electricidade que paguei até hoje. Contas sempre, sempre, a crescer. São os custos operacionais, dizem... Pois!


2.4.10

Brunch no Chiado


No domingo passado fui almoçar ao Kaffeeaus, ao Chiado (Rua Anchieta). Já lá não ia havia algum tempo e fiquei agradavelmente surprendido pois o espaço cresceu e agora até tem umas mesas na rua.
Foi aí que fiquei, ao sol quente e debaixo de um brilhante céu azul.
Conselho do Urso Polar: aproveitem sempre para gozar o bom tempo. Este ano o Urso esteve demasiado tempo dentro da toca.

1.4.10

Gulbenkian - naturezas mortas


Na Gulbenkian está em curso a exposição A Perspectiva das Coisas. A Natureza-Morta na Europa - Primeira parte: Séculos XVII – XVIII.
Passei por lá outro dia e posso dizer que é uma mostra bastante significativa e bem organizada que nos abre o apetite para a parte II que se seguirá brevemente.
Devemos aproveitar as ofertas que temos à porta de casa. E lamento-me por muitas vezes o não fazer. Mas nestes dias em que o sol começa a despontar em força, uma ida à Gulbenkian (dica: ao domingo de manhã não se paga para ver a exposição), um passeio pelos jardins, um almoço numa esplanada, um gelado a meio da tarde... garanto-vos, é um domingo bem passado.