Lisboa, no ano em que nasci.
Sinto-me velho, ao perceber que eram mesmo outros tempos. Tempos distantes em que tanta coisa era diferente.
Se a qualquer das pessoas retratadas nestas imagens perguntassem como seria o mundo dali a cinquenta anos, duvido que alguém se aproximasse daquilo que hoje vivemos.
A roupa, o trabalho, o trânsito, o tempo, as aspirações, a própria noção daquilo que é ser alguém no seu tempo... nem uma coincidência com os dias de hoje.
Estamos melhor?
Sim. Claro que estamos.
Estamos como devíamos? Não.
A utopia evade-se por entre as portas que se abrem e deixam entrar os tempos distópicos que hoje vivemos.
A alienação. A disparidade. O discurso radical. A sociedade cada vez mais entrincheirada em discursos onde tudo tem que ser preto ou branco. A ameaça de guerra. A guerra que se prolonga, eterniza e ameaça espalhar-se e agravar-se.
A alienação.
Hoje deu-me para isto.