Tanto tempo que passou. Tanta vida que se viveu. E aqui o silêncio.
O silêncio de um Urso que ficou sem palavras para partilhar no vazio. Cada vez mais este Blog, e todos os blogs, são espaços de Vazios esquecidos no éter da internet.
Olhando para trás, tanto o Urso Polar aqui contou, interagiu, partilhou. Longe da voragem das redes sociais, chegaram a ser mil os visitante a cada mês. Pessoas que se habituaram a passar por aqui para descobrir um pouco mais.
O que resta deste Blog?
Resta ser a folha branca onde o Urso despeja de vez em quando um pensamento. Um pensamento que, provavelmente, só ele mesmo irá ler.
O último post doeu. Ainda hoje o leio e sinto um nó na garganta. Ficou ali. E em mais lado nenhum. Está ali.
Entretanto o mundo continuou a girar. Tanto tempo que passou. Tanta vida que se viveu. E aqui o silêncio.
Veio o Verão, o Inverno, e a pandemia. O Urso esteve fechado, com o resto do mundo que esteve fechado. Mudaram-se hábitos, ganharam-se medos, perderam-se alegrias.
Sinto falta do contacto humano. De chegar a um amigo e dar um grande abraço. Do aperto de mão que transmite confiança. Do beijo que espalha o carinho. Do conforto de um toque.
Avizinha-se novo Inverno. Quem sabe novo Inferno. Estou cansado. E nem as alegrias podem ser bem festejada, para compensar as tristezas que surgem amiúde.
Ontem foi o Flávio Damm. Estava longe, é certo. Tinha 92 anos. Adoeceu. Mas, saber que nunca mais vou poder ouvir as suas histórias deixou-me mais pobre. O mundo ficou mais pobre.
O Urso vai para os 49. De repente, apetece aproveitar. E a merda da Pandemia está a impedir tudo.
Estou com falta de imaginação. Preciso de alguma mudança. Preciso de ar. Respirar. Tirar a máscara sufocante.
Preciso gritar.
Tanto tempo que passou. Tanta vida que se viveu. E aqui o silêncio.
Sem comentários:
Enviar um comentário