Estive uns tempos fora. Fora da internet, perceba-se. Sem acesso aos blogs que viciantemente me prenderam nos últimos tempos. Verifico que muitos também entraram em "férias". Dentro de pouco tempo voltarei a, diariamente, navegar pelas palavras dos outros e a soltar as minhas. Num mundo virtual onde se cruzam histórias reais e ficcionadas encontro algum do aconchego que afasta a solidão.
Por ora, continuo a gozar as férias, malgrado as contrariedades que impedem o seu total disfrute. Da chuva na altura errada, aos compromissos que se assumem por causa da procura de toca, passando por inoportunas maleitas, tudo contribuiu para impedir o repouso absoluto.
Sobrou tempo. Tempo que de forma alarve foi consumido a ver transmissões dos jogos olímpicos. Entre a RTP1, a :2, a RTPn, o Eurosport, os espanhóis e os italianos... muitas foram as horas despendidas a ver o esforço de atletas em modalidades quase esquecidas.
Será possível que tivesse apreciado a transmissão de finais de tiro em fosso olímpico (com caçadeira) e do tiro com arco? A juntar às fascinantes (para mim) modalidades de voleibol de praia e pavilhão, ginástica, atletismo, judo, natação, saltos para a água, sei lá que mais...
Encanta-me o esforço dos atletas, a procura da superação dos recordes, o desejo de ser o melhor. Ainda que tal derive de uma motivação egocêntrica ou de proventos económicos. É bom contraírmos o corpo no sofá para ajudar o atleta a saltar a barra colocada a 5,90 metros. Ou torcermo-nos para sair do aperto do judoca que no solo agarra o nosso favorito. Independentemente da sua nacionalidade.
De forma curiosa, acabamos sempre por torcer por um dos atletas. Qualquer que seja a razão que fundamente tal escolha. Por mais subjectiva que seja. Ou irracional.
Também os Jogos Olímpicos chegaram ao fim. Aos poucos, acaba o Verão, acabam as férias e não tarda nada já cheirará a castanhas e ouvir-se-ão cânticos de Natal a apelar ao consumo.
Por enquanto, o melhor é viver o ócio do momento.