5.8.04
Enganos
As apresentações cinematográficas são um instrumento importante na captação de audiências. Tanto podem atrair como afastar público, tanto podem instruí-lo como enganá-lo.
Vem este pensamento a propósito do filme Agente Triplo, do realizador Eric Rohmer que fui ver por força da apresentação que repetidamente visionei nas últimas idas ao cinema. Acreditei, com base no trailer, que estaria perante um filme refinado, cínico, com jogos de astúcia e diálogos ardilosos e cativantes. Pareceu-me ver actores desempenharem personagens interessantes e dúbias, num jogo de enganos.
Aoengano fui eu. Ao invés, deparei-me com um filme sem esses atributos. A trama, complicada, não foi, na minha opinião, exposta de forma cativante. Os personagens expressam diálogos/monólogos sem paixão, tornando aborrecida a exposição dos jogos políticos entre russos “brancos” e “vermelhos” nas vésperas da 2ª Guerra Mundial.
Fiquei desiludido com a película que de tão académica, parecia um trabalho de fim de curso.
Por mim, este leva uma estrela... pelo argumento.
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