Uma campanha ao turismo nos Açores achou por bem trazer um pouco do arquipélago à capital. Se o campo de golfe dos Restauradores, a baleia do Saldanha ou as hortênsias de Entrecampos (os quais ainda não vi, mas sobre eles li no jornal) não me incomodam, as vacas plantadas na Praça de Espanha entristecem-me logo pela manhã.
Em recintos vedados, na relva daquela praça, estão colocadas inúmeras vacas, apenas fornecidas com um contentor para água, outro para comida e pouca palha.
Os dias estão frios e chuvosos, e os animais não têm qualquer resguardo, sendo deprimente vê-los sujeitos à intempérie. Mas até dou de barato que nos Açores vivam condições climatéricas semelhantes. O que certamente não vivem é o trânsito constante que passa naquelas artérias.
Entristece-me ver aqueles belos animais, ali reclusos, enquanto milhares de automóveis, camiões, autocarros passam acelerando ruidosamente e deixando no ar a sua poluição citadina.
Mais do que trazer os Açores aos Lisboetas, esta parte da campanha leva Lisboa a algumas, tristes, vacas.
Não havia necessidade, pois não?
9 comentários:
Caro Urso Polar das duas umas: ou nunca veio cá aos Açores ou então não tinha mais nada para escrever e vai daí .. aí eu tenho pena das vacas e tal.
Nós cá temos carros, não sei se sabia, também temos camiões, poucos mas temos, tudo isso somado resulta em trânsito e barulho, portanto meu caro senhor, não se preocupe que as vacas vão conseguir ultrapassar esse momento traumatizante. E até vão conseguir produzir leite, pasme-se!
Já agora as vacas castanhas fazem parte de uma nova raça, fruto de muita investigação pela universidade dos Açores, essas mesmas vacas produzem leite com chocolate, pronto a ser consumido!
Cumprimentos
Santa ignorância!
Oh sr Urso, de facto devia vir aqui aos Açores ver em que condições vivem as nossas vaquinhas. Aqui também faz frio e como disse, e muito bem, o Jordão, também temos transito. Por acaso acho engraçado levarem as vaquinhas aos lisboetas uma vez que quando eles cá vêm é vê-los sairem dos carros e irem ter co as vacas aos pastos para lhes tirarem fotografias (um bocado como nós fazemos com as estátua do Pessoa no Chiado)e assim congestionarem ainda mais o transito de São Miguel. Não se preocupe que as vacas são uns bichinhos resistentes. Até devem estar a achar piada áquilo.
Xêga ééééée´!!!!!!!!!
Por acaso até conheço os Açores... sim. E não conheço um único sítio em que as ditas vacas estejam a metros de milhares de carros a passar, 24 horas por dia. Quanto ao frio e a chuva, se leram o meu post, apesar de proporcionar uma imagem deprimente, não era a minha maior preocupação.
Aliás, caros leitores, se há coisa que não me lembro de sentir nos Açores, foi poluição. E na Praça de Espanha, até eu a sinto no ar que respiro e no ruído que me abafa.
Caro Urso Polar
Por acaso sabia que aqueles bichinhos peludinhos, tão riquinhos (se realmente esteve nos Açores sabe o significado dessa palavra), poluem mais do que os carros?
“A agricultura é responsável por aproximados 14% dos gases estufa do mundo. Uma porção significativa dessas emissões vem do metano, que em termos de sua contribuição para o aquecimento global, é 23 vezes mais poderoso do que o dióxido de carbono.”
Portanto meu caro, o senhor devia de estar preocupado com os Lisboetas que respiram o metano proveniente das vacas e não ao contrário.
Ainda por cima os nove animais são de uma exploração situada nos arredores de Lisboa, portanto acostumadas com a poluição, pelo menos sonora.
Em Lisboa existem mais de 1000 sem abrigo e não há tanta preocupação como está a haver agora por causa de 9 vacas! Tenham juízo!
E já agora gostou dos Açores? E em que ilha esteve?
E para provar a nossa hospitalidade, da próxima vez que cá vier não hesite em contactar-nos. Se reparou no nosso blog (Candilhes) existe muito boa informação turística (presunção e água benta, como diz um colega nosso) mas se precisar de mais alguma coisa esteja à vontade.
Cumprimentos
Caro Jordão,
a defesa de animais sempre levou à falsa comparação com a situação de pessoas que igualmente carecem de defesa. É um desvio recorrente do discurso que mistura o que não é para misturar. Não é por estar preocupado com os resultados da bola que deixo de me preocupar com a queda da economia. Não são realidades que se discutam no mesmo plano. E nunca comparei, ou compararia vacas com sem-abrigo.
Mas adiante. Pelos Açores andei pelo grupo central, passando pelo Faial, Pico, S. Jorge, Terceira e S. Miguel. Regressei anos depois ao Pico onde estive durante quase duas semanas.
É tempo de voltar, pois vai para dez anos que subi ao Pico e vi o mais belo nascer do sol de sempre. Não me esquecerei de olhar as suas dicas.
Então fez uma excelente escolha. Já agora as Flores também vale muito a pena e apartir de Maio (em principio, pois issso com políticos nunca se sabe) os navios da Atlanticoline vão começar a operar.
Cumprimentos
Parece que já se foram as vacas e não consta que fossem entupidas. Já do trânsito não se pode dizer o mesmo. Fica a tristeza de não poder, na primavera que a passos largos se aproxima, fazer um piquenique a preceito nesta praça de Lisboa, na relva açoriana à sombra dos restauradores d'antanho.
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