Os sacanas da Carris estão sempre prontos para aldrabar um bom serviço.
Com as obras na Praça do Comércio os autocarros que passam pela Baixa começaram a parar no Rossio e num outro ponto a meio da Rua do Ouro (descendente) e a meio da Rua da Prata (ascendente). Era bom. Muito bom. Não só ficávamos numa das pontas da Baixa, ou mesmo no seu miolo, como tínhamos muitos autocarros para escolher tanto mais que vários têm percursos coincidentes, ou se aproximam da zona para onde queremos ir e, para não estar à espera, podemos optar por outro caminho, andando a pé a diferença.
Claro que, reaberto o trânsito lá em baixo, os senhores da Carris tinham que aproveitar para mexer no sistema e estragar tudo.
Agora há várias paragens para cima ou para baixo, aproximando-se da extremidade da Baixa perdendo assim a centralidade. Porque, por exemplo, na Rua da Prata, há 4 paragens, todas para autocarros diferentes, uma por quarteirão, inviabilizando sequer que possamos optar por um percurso em detrimento de outro consoante o primeiro autocarro a chegar. E, a título de exemplo, o 44, o 745, o 36 passaram a ter a sua única paragem naquela rua no primeiro quarteirão a contar da Praça do Comércio, estragando assim a centralidade das entradas e saídas anteriormente desenhadas.
Para ajudar, este espalhar de pontos de paragem provoca um constante ultrapassar entre autocarros, complicando o trânsito, e aumentando o tempo que demora a percorrer a Rua da Prata (mais visível aqui que no sentido descendente).
Quem foi que pensou nisto?
Quem achou que o outro sistema era pior?
Porquê complicar algo tão simples que funcionava bem?
Acho que este é mais um exemplo da vontade de mexer que move os decisores portugueses, de legisladores a directores, todos os que de alguma forma governam têm que, de vez em quando, alterar o que está montado, mesmo que funcione bem. Só para dizer que sim, que merecem o ordenado que todos os meses recebem.