Com o meio do mês de Março já dobrado, é mais do que legítimo ir fazendo planos para as férias de Verão. Primeiro, porque são o momento alto que se perfila no horizonte mais próximo. Depois, porque antecipar as férias que vamos gozar lá para a frente anima-nos enquanto estamos por aqui a teclar furiosamente ou a ouvir histórias que não lembram a ninguém.
Pois este ano, desejo umas férias calmas, aborrecidas, sem nada para fazer. É certo que já está planeada uma ida a Berlim, um regresso agora em época mais quente, mas apenas por alguns (poucos dias). Depois não quero mais aviões, carros, milhas ou quilómetros. Quero uma praia, repetidamente ao longo de vários dias. Quero deitar-me ao sol a ler e a queimar, para ver se perco este tom de pele que brilha no escuro e que ao longo dos últimos anos se insinuou ameaçando confundir-me com um daqueles nórdicos que passa o ano sem ver o sol pela frente. Quero caminhar sem destino certo, contemplar sem preocupações, fotografar só em casos especiais.
E só de pensar isso agora, já queria estar a fazer outra coisa, estar noutro lugar que não este.
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