Fair Game, é um filme claramente político, baseado na história verídica da agente da CIA Valerie Plame exposta pela administração Bush para "sacudir a água do capote", desviar as atenções e garantir a "legitimidade" da sua intervenção no Iraque.
Doug Liman assina a realização de forma competente, consegue gerir e gerar a tensão dramática com pulso forte, sem cedências a lamechices, mantendo o espectador agarrado entre o registo do filme de acção e o documentário.
Esta obra regista os tempos em que se assumiu a forma de gorvernar que hoje faz escola e prolifera: o governo através da manipulação da informação, dos meios de comunicação social, da exploração dos sentimentos básicos do cidadão, como o medo, o preconceito. O governo em que as pessoas são reduzidas a peões, números descartáveis, figuras sem rosto nem alma.
O filme ajuda a não esquecer.
Pena é que uma esmagadora maioria nem sequer assimilou os factos quando foram divulgados para os ter esquecido. Talvez agora, associando as fortes imagens dos personagens interpretados por Naomi Watts e Sean Penn, a mensagem consiga passar com mais distanciamento e a força suficiente para que o cidadão fique alerta e não se deixe enganar com semelhantes artifícios.
Pois...
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