26 de Abril de 1986 – Chernobyl, União Soviética. Um reactor da central nuclear de Chernobyl explodiu, entrou em fusão descontrolada e libertou uma imensa nuvem radioativa contaminando 5 milhões de hectares. O evento ocorreu durante o teste de um mecanismo de segurança que garantiria a produção de energia em caso de acidentes. A instabilidade do reactor foi provocada por uma combinação de erros humanos na sua operação, tanto mais que a sua construção estava ainda incompleta. Em Chernobyl foi libertada 400 vezes mais radiação do que aquando da detonação da bomba atómica de Hiroshima.
11 de Março de 2011 - Fukushima, Japão. Na sequência de um terremoto com a intensidade 9,0 na escala aberta de Richter, e de um violento tsunami, os sistemas eléctricos da central desligam-se, falhando as bombas do sistema de refrigeração. Após várias explosões, as autoridades confirmam que, pelo menos, um dos reactores entrou em fusão descontrolada e ocorreu a quebra do contentor de segurança. Quatro dos seis reactores enfrentam problemas graves. Há libertação de radioactividade em quantidade ainda por determinar. O cenário é preocupante.
Sempre que as coisas correm mal numa central nuclear, vemos os Homens a reagir de forma praticamente impotente, dominados por um fenómeno que não conseguem controlar. Se em 1979 a "culpa" foi do facilitismo derivado dos cortes orçamentais; se em 1986 a "culpa" foi da teimosa arrogância soviética, da falta de qualidade do material e do inevitável erro humano; em 2011 estamos perante um caso no qual se julga estar numa central nuclar exemplar, seja pelo rigor nipónico, seja pela ideia (que pode ser falsa) de que no Japão está tudo bem pensado e preparado.
São exemplos destes que fazem pensar se a opção nuclear compensa quando ponderada a vertente risco vs. proveito.
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