28.7.06

Piratas e cercas

Desta vez sem fotografias, porque não tive paciência para as ir buscar, aqui fica a minha opinião sobre os dois últimos filmes que fui ver.
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Sem dúvida um grande filme de aventura, humor e insólito, recomendo vivamente que vejam Piratas das Caraíbas - O Cofre do Homem Morto. Se gostaram do primeiro filme da saga, continuem a acompanhar as aventuras de Jack Sparrow, brilhantemente encarnado por Johnny Deep.
Só tem um defeito, este filme. Assumida que ficou a produção da triologia, ficamos com o filme a meio. Eu explico. Lembrem-se do segundo filme de triologias como Regresso ao Futuro, Matrix, Senhor dos Aneis. Tal como nesses casos, este filme é nitidamente de transição, e a história não acaba, antes deixando a porta escancarada para o terceiro filme. Que está longe de estrear e eu quero ver já.
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Pular a Cerca é mais um filme de animação dos produtores de Madagáscar. Mas desta feita fica muito aquém de sucessos anteriores. A história é desinteressante, os bonecos não são especialmente engraçados, e o humor fica-se por piadas óbvias e sem criatividade. Não me satisfez.

26.7.06

Anos '80 - 80 Memórias (43)

Está a repetir no People'n'Arts a série Fama, exemplo típico dos anos oitenta. Começou a ser transmitida a 07.01.1982 e acabou em 18.05.1987 ao fim de seis temporadas.
Quem não se recorda da Fama? Das aventuras daqueles alunos da escola de artes? Das danças, das músicas, de tantos jovens que foram passando ao longo das temporadas, posto que, pela natureza da mesma, os alunos iam acabando o curso (equivalente ao secundário) e saíndo dando lugar a outros.
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Hoje olho para a série e reconheço roupas, penteados, maneiras de ser e de falar que eram copiados por cá, por mim e pelos meus colegas de escola. Vejo quão diferente era a forma de fazer televisão, de abordar problemáticas ou de transmitir a realidade, e o que mudou desde então até hoje.
Um olhar pela internet levou-me a procurar o percurso de gente que ficou guardada na memória de uma série. São os das duas primeiras temporadas, que depois foram saíndo, dando lugar a outros. Espero que continuem a transmitir todas as temporadas para reavivar essas lembranças.
Assim, Debbie Allen (Lydia Grant) continua ligada à TV, em particular à dança e à coreografia; Carol Mayo Jenkis (Elisabeth Sherwood) fez televisão até 1995 e desapareceu do mapa; Albert Hague (Prof. Shorofsky) faleceu em 2001, mas fez televisão até dois anos antes; Lori Singer (Julie Miller) fez alguma tv e cinema, muitas vezes a tocar o seu violoncelo, entrando em filmes como o mítico Footlose, ou o Short Cuts, do Altman; Lee Currieri (Bruno Martelli) continuou fazendo TV em série desconhecidas entre nós; tal como Carlo Imperato (Dany Amatullo), que passou pelo Friends; Valerie Landsburg (Doris Schwartz) interpretou e realizou em TV e passou pela série Nip/Tuck, em exibição; Gene Anthony Ray (LeroyJohnson), à data visto como um rebelde e que hoje aparenta ser um personagem homossexual reprimido, faleceu em 2003, seropositvo, depois de dançar nalgumas série e filmes, como o Austin Powers, Goldmember, sua última actuação; e, finalmente, Erica Gimpel (a Coco Hernandez), que para além de filmes entrou sistematicamente em televisão em séries como Profiler, Babylon5, Roswell, ER, The Division, JAG, House, e Boston Legal.
Hoje a série FAMA é um monumento aos anos '80, que os cruzou e representou. Sabe bem revê-la. Envelheceu muito melhor que tantas outras séries de televisão.

23.7.06

Pingos

Nesta altura do calor reaparece uma praga que se esconde durante o Inverno. Insidiosa, sem qualquer aviso, atinge o transeunte desprevenido que reage com asco, com repulsa, ao sofrimento que lhe é infligido.
Falo dos nojentos pingos de água dos aparelhos de ar condicionado que, impunes, à margem de qualquer lei, despencam do alto dos edifícios em direcção aos passeios. Cá vamos nós, calmamente na nossa pacata vidinha arfando a canícula, e de repente...
POW
um pingo atinge-nos mesmo no alto da pinha, com estrondoso som seco. Sentimos o couro cabeludo molhado, violado por um líquido suspeito seguramente infecto pois que nenhuma garantia temos que os filtros do aparelho agressor estejam limpos como devido.
Este é o tipo de situação que alimenta o desejo de guerrilha urbana. Todos estes aparelhos que fossem visíveis da rua, levavam um tiro incapacitante que de vez os avariasse. Aos outros uma rolha bem metida no tubo de escoamento fá-los-ia regurgitar na fresca sala aquelas águas que sem qualquer problema, pingo a pingo, os afortunados e refrigerados donos despejam sobre o encalorado cidadão.
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PS - estou a explorar a tecnologia Zapp para ligação à internet. Quando é rápida, é mesmo rápida. Porém, quando falta acesso e se liga à velocidade mínima... é mesmo lentinho.

18.7.06

Pedimos descupa pela interrupção, a programação seguirá dentro de momentos

Estou prestes a entrar em férias.
Já devem ter reparado que por aqui o ritmo do blog se ressentiu e pouco tenho publicado.
Ainda vai ser pior.
Estou a tratar de arranjar uma ligação à net para o portátil para, mesmo nas férias, vir aqui mais vezes. Se o conseguir, contem com mais postais de Verão.
Se assim não for, vou escrever os postais no Word e juntá-los para publicação em bloco, de uma só vez.
De qualquer forma,
Pedimos desculpa pela interrupção, a programação seguirá dentro de momentos.

12.7.06

Pobrezitos

Segundo o DN de ontem, em 2005 os bancos portugueses aumentaram os seus lucros em cerca de 30%. Coitaditos dos pobrezinhos. É por isso que nos chulam em taxas e manhas...

11.7.06

Com os pés para a cova

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Ontem, na 2:, foi para o ar o último episódio da extraordinária série de televisão "Six Feet Under", em português "Seis Palmos de Terra".
Foi o fim da quinta série e o fim definitivo da mesma. Os autores decidiram, e bem, acabar em beleza e não deixar a série arrastar-se, eternizar-se. É uma pena que acabe. É. Mas prefiro que acabe assim, por cima, em grande estilo (ainda me lembro da agonia da última série dos X-Files...).
E como acabou?
Com a morte de toda a gente. Não, não os meteram num barco e afundaram o elenco de uma vez. Antes se foi avançando no tempo e espreitando a morte de cada um dos personagens principais, de Ruth, Charles, David, Frederico, Brenda, Claire... Se quiserem espreitar os obituários de cada um deles vejam aqui e deliciem-se com os pormenores.
E aproveitem para ver a página da arte de Claire Fisher que pela sua qualidade encheu episódios atrás de episódios.
Six Feet Under fica na memória como uma das melhores séries da década de 2000. Daquelas que, tenha eu dinheiro para tanto, pretendo quardar na prateleira dos DVDs, nas suas 5 épocas.
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P.S. - para a semana começa mais uma época de "Os Sopranos". Pela apresentação, promete. Como de costume.

10.7.06

Pão e Circo

Embrutecidos por um mês de Futebol, com o desiderato financeiro alcançado graças a uma prestação da Selecção Nacional até ao jogo do 3º lugar, quase, quase até ao último dia, os meios de comunicação social despertam para a realidade.
Despertam?
Talvez não. O País está novamente a entrar no limbo estival, com temperaturas acima dos 40º, incêndios, pré-época, mercado de transferências, inquéritos de Verão, reposições televisivas...
Nos meios de comunicação social impera o espectáculo. A dor e o horror. O fútil, o entretenimento. É isso que o povo quer. É isso que se lhe dá. Pão e circo. Muito circo, e cada um que procure o seu pão.
Agora morreram seis bombeiros. A notícia ficou um pouco apagada por causa da cabeçada do Zidane e da entrega do caneco à Itália. A selecção Portuguesa regressou nesse mesmo dia e foi dar festa para o Estádio Nacional. O que interessa se morreram seis bombeiros. Que interessa que, não obstante as novas políticas, as novas estratégias, as novas linhas de comando e os novos meios aéreos a floresta continue a arder. O que importa é saber se Scolari fica mais dois anos ou não. E se o Nuno Gomes será o substituto de Pauleta, que arruma as botas junto do queijo flamengo, ou se vai continuar a jogar a nulidade do Postiga.
A semana passada ministros mudaram de gabinete. Freitas saíu e pouco se falou. Nas notícias o destaque era o futebol. E porquê? Porque era isso que a malta queria ouvir. Era disso que queria falar. Queria ouvir e ler os comentadores para no dia seguinte repetir o que na véspera uma sumidade qualquer dissera ou escrevera. Que se lixem os políticos, essa corja. Que se lixem os professores, os polícias, os Juízes, os médicos, os grevistas do Metro ou da Soflusa, os desempregados das fábricas que partem depois de terem gozado os benefícios com que as atraímos (triste jogo, pois que agora são outros a poder atraí-las). Importante mesmo é que fomos mais longe que o Brasil, que a Argentina, que a Inglaterra e a Holanda... que a Espanha, ah, ah, ah!
Olha para as montras e vê as promoções. Não tardam os saldos. Quem disse que estamos em crise, quando as lojas quase que nos oferecem a sua mercadoria? Paga € 0,20 por um pão feito à pressão ali no Pingo Doce e não te queixes. € 0,40 por uma garrafa de água e já é muito bom, porque se a comprares no café ou numa dessas máquinas automáticas pode sair-te a € 3,00 o litro! Duas vezes e meia um litro de gasolina, já viste? Então e não dizes nada? Ah, pois é, ficámos em quarto e o Ricardo defendeu três penaltis seguidos. Não consegues almoçar por menos de € 8,00 e o teu subsídio de almoço é inferior a € 3,40? Azar o teu. Leva umas bolachinas e bebe água... da torneira, que essa ainda é de graça. Então o Ronaldo sempre anda enrolado com a Merche Romero? Isso é que é uma mulher de futebolista... como a outra, a do João Pinto, aquela dos tomates que entrava no balneário dos homens.
Vai lá apanhar o teu sol, e encher as virilhas de areia. Vai enfiar-te nas filas de trânsito, absorver radiação para alimentar os ossos e esperemos que nada mais, que dentro em pouco acabam-se as férias que estão para começar, e já estarás a miar por causa dos preços dos livros escolares e da mochila e dos lápis (que o teu puto é muito fino para aproveitar o material do ano passado). E logo a seguire esperas pelo subsídio de Natal e num repente estarás a embrulhar prendinhas. Um dos grandes estará melhor que os outros e chega ao Natal à frente do campeonato, logo na altura em que se põem para aí a falar do aborto, essa coisa que só as mulheres depravadas e relaxadas querem. Aborto é o sacana do árbitro que nos roubou outra vez, dirás, cagando no referendo e depois culpando os Juízes que condenam as mulheres, os malandros.
E pelo meio vende-se papel, muito papel e pouco conteúdo. Enche-se a pantalha e lava-se o cérebro oco da populaça, sempre disposta a entrar em altos comboios, de preferência que não obriguem cada um a pensar. Isso dá trabalho. O melhor é seguir o que aquele gajo está a fazer.
O que é?
Não sei, mas estão aqui tantos... o melhor é ficar já por aqui.

4.7.06

REN

Não, não é a Rede Eléctrica Nacional, mas Sim a Reserva Ecológica Natural. Até agora os terrenos abrangidos por esta classificação estavam vedados à construção. Parece que vai deixar de ser assim. Segundo notícia ontem do Público, os agricultores vão poder construir casas de primeira habitação na REN.
Ora aí está um progresso... Com a agricultura em queda, este incentivo certamente arrastará para a actividade muita gente. Aqueles que durante anos compraram jipes subsidiados pela UE já estão a pensar voltar ao "activo".
Haverá limite à construção? E se o "agricultor" quiser construir uma mansão? Possivelmente esta ocupará uma ínfima parte do terreno mas poderá ter mais de 600 m2. Será possível? Ali, no meio das couves?
Porque se lembraram desta? Para calar a CAP? Qual foi a moeda de troca?
Estas notícias que pouco esclarecem, e apenas me enchem de dúvidas são mesmo chatas.