23.7.06

Pingos

Nesta altura do calor reaparece uma praga que se esconde durante o Inverno. Insidiosa, sem qualquer aviso, atinge o transeunte desprevenido que reage com asco, com repulsa, ao sofrimento que lhe é infligido.
Falo dos nojentos pingos de água dos aparelhos de ar condicionado que, impunes, à margem de qualquer lei, despencam do alto dos edifícios em direcção aos passeios. Cá vamos nós, calmamente na nossa pacata vidinha arfando a canícula, e de repente...
POW
um pingo atinge-nos mesmo no alto da pinha, com estrondoso som seco. Sentimos o couro cabeludo molhado, violado por um líquido suspeito seguramente infecto pois que nenhuma garantia temos que os filtros do aparelho agressor estejam limpos como devido.
Este é o tipo de situação que alimenta o desejo de guerrilha urbana. Todos estes aparelhos que fossem visíveis da rua, levavam um tiro incapacitante que de vez os avariasse. Aos outros uma rolha bem metida no tubo de escoamento fá-los-ia regurgitar na fresca sala aquelas águas que sem qualquer problema, pingo a pingo, os afortunados e refrigerados donos despejam sobre o encalorado cidadão.
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PS - estou a explorar a tecnologia Zapp para ligação à internet. Quando é rápida, é mesmo rápida. Porém, quando falta acesso e se liga à velocidade mínima... é mesmo lentinho.

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