O filme de Michelangelo Antonioni, de 1975, está em reposição no Nimas. Conta com a interpretação fantástica de um Jack Nicholson magrinho e muito, muito novo. Conta igualmente com Maria Schneider, saída do Último Tango em Paris, evidenciando uma total falta de naturalidade ou qualidade de interpretação. O filme conta a história de um repórter, farto da sua vida que, perante a oportunidade que se lhe coloca, troca de identidade com um morto. Porém, ao invés de dominar o resultado da troca, é antes dominado por causa da incapacidade de perceber tudo o que a nova identidade importa. Pelo meio conhece Schneider e com ela segue um percurso de fuga à própria vida, passando por Munique e Espanha.
O filme tem imagens de uma beleza contemplativa extraordinária, mas não se esgota na imobilidade. A acção deixa-nos sempre a querer saber o que se vai passar a seguir, saber onde acabará a corrida daquela personagem, se alguma vez acabará.
O filme envelheceu muito bem. Trinta anos depois merece um cuidado visionamento.
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