(fotografia por Urso Polar)
O comércio da parte velha de Istambul, onde se incluem o Grande Bazar e o Bazar das Especiarias (onde foi captada esta fotografia) vive essencialmente dos turistas que inundam os persursos onde são abordados de forma agressiva, ao estilo dos vendedores de time-sharing da Rua Augusta.
Os portugueses são sistematicamente abordados com a pergunta "Espanholes?" e, quando finalmente são geograficamente localizados as referências futebolistas aparecem logo para demonstrar que sabem do que estão a falar. Mas essa é uma realidade mais ou menos comum nos "mercados exóticos" dos destinos de férias.
Notório foi que são raras as mulheres que estão nas lojas. E as que por lá estão têm papeis apagados, não se encarregam do contacto com o cliente, com o impingir mercadoria. Comummente limitam-se a ficar à caixa recebendo o pagamento.
Isto ocorre tanto nos bazares como em qualquer loja, seja do que for. A dado passo, numa livraria, duas raparigas novas estavam atrás do balcãqo e receberam os pagamentos. Mas os clientes eram controlados por homens sendo que um deles, muito novo, por sinal, se encarregava de sugerir livros a torto e a direito. Quando me dirigi à caixa com uma escolha, apressou-se a trazer outros dizendo que, se queria aquele, certamente estaria interessado nos outros.
No Grande Bazar é suposto regatear. Nada tem preço exposto, e o valor que nos é oferecido à primeira interpelação é sempre próximo do dobro do que acabamos por pagar. É uma tradição, mas muito cansativa. Não se consegue fazer uma compra impessoal, porque a relação vendedor cliente é alimentada de forma a durar.
As lojas estão concentradas por actividades, e é frequente entrar numa rua e só ver lojas de ourivesaria, ou de música, ou de peles, o que nos faz perguntar como conseguirão sobreviver à concorrência. A verdade é que por lá se mantêm.
6 comentários:
Urso... aquele comentário era meu... mas dado que estava aqui a por umas fotos num blog de um amigo enganei-me e mantive o login errado.
Gostei da descrição...
r.
OK, percebido.
De certeza que o que não percebeste no equilibrio comercial em Instambul deve-se ao facto de não haver "gaijas" para atrapalhar, assim mm o mais improvável corre bem! Onde é que elas estarão? A abanar o ventre ininterruptamente no lar?Estranho.
OUtra coisa, essa foto está muito, muito boa.
'brigadinhos
Enviar um comentário