3.3.08

Terreno fértil

O último filme dos irmãos Coen foi o vencedor dos Óscares deste ano arrecadando os prémios mais relevantes. Quem o for ver ao cinema perceberá porquê. O argumento é implacável e os actores desempenham os seus papeis com a agitação calma adequada às terras áridas do Texas onde impulsividade, sangue e paciência se cruzam. No fundo, presenciamos a reinvenção do conceito de alguém a ser perseguido por um implacável assassino que apenas parará quando a isso for obrigado ou quando conseguir os seus intentos. Tudo porque se deixou tentar por um impulso de riqueza e por uma teimosa determinação que carrega uma herança da guerra do Vietname
O perseguido é desejado por mais bandidos, por polícias,  e tudo por uma mala de dinheiro, por brio  profissional ou pela loucura de m homem que se completa no acto de matar. Os diálogos são refinados e o humor anda por ali, no meio de tanta violência e alguma introspecção.
Os manos Coen não costuma deixar nada ao acaso e desta feita regressaram em força a um registo negro que entretém, diverte, emociona, e deixa na boca um gostinho a pouco. Porque apetece ver mais. E assim, neste filme, o deserto da fronteira com o México tornou-se terreno fértil.
*
Impõe-se uma palavra sobre os cinemas Monumental e Saldanha Residence, onde quase sempre vou, quer pela proximidade quer por ter o Medeia Card. É com agrado que tenho visto salas esgotadas ou quase, independentemente dos dias ou horas a que lá tenho ido. É sinal de saúde do cinema, e daquelas salas em particular, que esperemos se mantenham com qualidade por muitos e bons anos. 
Porém, desde que deixaram de marcar lugares, tenho assistido às cenas mais caricatas, como seja pessoas às escuras à procura do lugar vazio no meio da sala, pessoas separadas porque chegaram em cima da hora do filme e apesar de haver vários lugares vazios não havia dois juntos, lado a lado, ou ainda pessoas que pura e simplesmente desistem e vão reclamar.
Meus amigos, era assim tão caro ou tão difícil colocar as senhoras da bilheteira a "arrumar" a sala à medida que vendiam os bilhetes? Pelo menos assim, logo nessa altura, cada um já sabia ao que ia, e para onde ia.
Não ter lugares marcados, é uma injustificável quebra de qualidade.

2 comentários:

Anónimo disse...

e deviam arrumar as pessoas por altura. nada mais aborrecido que apanhar à frente um monstro qualquer, a tirar a visibilidade da tela.

Zex disse...

Comparar Juno, a quem se deu nota cinco, com este filme, é andar a brincar...
O outro é um razoável "filme de gaja" este é CINEMA.
Critérios estranhos ?