23.6.08

O fim de um Rei

Disseram-me que os cinemas KING vão fechar as portas. O hotel daquele edifício vai para obras e comprou as salas a Paulo Branco para delas fazer o seu estacionamento.
Se o encerramento do Quarteto me deixou indiferente (as salas eram anacronismos decrépitos, sem condições), o encerramento do King preocupa-me, porque aquelas três salas são muito do meu apreço. O som e a imagem são bons, o conforto está assegurado, e a idade foi bem superada com a última remodelação de há uns poucos anos. E a programação assegura ao King um lugar único em Lisboa, tornando-o ponto de encontro e de refúgio.
As salas, da Medeia, estão relacionadas com o Monumental e o Residence, bem como o velhinho Nimas. E se este mantém a programação alternativa (vem aí o habitual ciclo de Verão), já as outras salas caminham mais para o "mainstream". Aliás, pela sua situação, convidam menos àqueles filmes alternativos à filmografia norte-americana, e que muitas vezes nos surpreendem pelo diferente olhar que em si encerram.
Só espero, muito sinceramente, que o fecho do King permita a remodelação das salas do Residence porque estas estão a acumular um desgaste assustador, com cadeiras rotas, sujas, e cheiros a humidade e pó, algo intolerável quando se pagam € 5,50 para ver um filme.
A este ritmo, as estupendas salas do Corte Inglés (UCI) passarão a ter mais público ainda, especialmente às 4.ªs-feiras, quando o bilhete custa apenas €4,00.

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