3.4.09

Mão Morta vai bater àquela porta...

Foi no primeiro de Abril que vi mais um concerto daquela que é, para mim, a melhor banda portuguesa. Os Mão Morta invadiram o São Jorge e brindaram-nos com duas horas da sua tour Ventos Animais, uma celebração da sua carreira, com músicas como Oub'lá  e Charles Manson a recuperar o lado mais pesado da música cantada/dita por Adolfo Luxúria Canibal. Este mostrou que lá por ter uma simpática barriga, sinais dos tempos e da idade, continua a fazer a sua dança "zombie com ataque epilético" enquanto nos atinge com as palavras rasgadas da imensa poética acumulada nestes anos de estrada.
Os Mão Morta continuam a ser uma banda para apenas alguns. Não são fáceis de gostar. Uns poderão olhar apenas para a brutalidade do som. A maioria atentará no brilhantismo das letras e no rigor da música, que se completa e se exibe com uma deliciosa perfeição.
O São Jorge é uma sala de espectáculos incrível, e suporta agradavelmente a realização de concertos. A acústica estava perfeita. Mas a idade nota-se na falta de renovação que nos atinge com o cheiro bafiento e o imenso pó acumulado na alcatifa. E quando o público salta, bate o pé, dança, o ambiente não fica próprio para asmáticos.
Uma palavra para a primeira parte, a cargo dos Murdering Tripping Blues. Competentíssimos os dois rapazes, na bateria, guitarra e voz, cumpriram a sua função com um rigor muito profissional. Não se perceeu qualquer virtuosismo na rapariga, que carregava numas teclas e urrava uma palavras sem nada acrescentar ao trabalho do resto do terceto.

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