Quando era miúdo, o terror do Carnaval eram os ovos atirados na rua. As crianças mais novas eram as vítimas preferenciais. Felizmente, nunca fui vítima, mas andei por entre as gotas da chuva, escapando aos raides que atacavam sem escrúpulos e de forma impune a malta que saía da escola.
Já na adolescência lancei o meu primeiro ovo, numa tarde em que dividi a quatro uma dúzia comprada sob um manto de ilegalidade.
Pois bem..., entre amigos esse meu "primeiro ovo" ainda é contado com gargalhadas.
Imaginem quatro fedelhos adolescentes, com treze anos. Cada um com três preciosos ovos nos bolsos, procurando vítimas. Porém, como a vontade de confronto era pouca ou nenhuma, ser apanhado estava fora de questão e o tempo era muito, fartámo-nos de andar entre a Parede e arredores na busca dos alvos perfeitos.
O primeiro que encontrámos foi uma janela aberta, num 2.º ou 3.º andar de um prédio pouco mais alto do que isso. Eu fui o primeiro lançador... e o ovo subiu, subiu, subiu, e passou por cima do telhado, falhando, por muito a janela alvo. Depois de riso até às lágrimas, lá outro compincha acertou na presiana da janela sujando a casa da pobre vítima.
Não recordo o lançamento do segundo ovo. Deve ter sido tão falhado que nem guardo na memória tal momento. O terceiro, esse sim, lembro-me que acompanhou outros lançados pelos meus amigos num ataque concertado a um autocarro de campanha do Freitas de Amaral para a Presidência da República. Foi um lançamento forte, certeiro, e com sucesso marcamos aquele autocarro que para nós representava o mal da Direita, o que quer que isso fosse...
3 comentários:
Parece-me que ainda estou a ver tua cara antes nos partirmos a rir, tipo, aquele ovo estava estragado...
Julgo que o segundo ficou áquem da janela o do valter, foi o bruto do primo que acertou se não me engano.Alfonso
Memória fantástica. Mas agora recordo muito bem que foi isso mesmo que aconteceu!
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