31.1.11

Daniel Weisser

O meu fim-de-semana foi dedicado a este extraordinário praticante do método Jisei de Mestre Kenji Tokitsu.
Doze horas de treino com a pessoa que mais perto está do Mestre Tokitsu, e que não só acolhe os seus ensinamentos como os transmite de forma sagaz e expressiva.
Daniel Weisser é um verdadeiro espelho do Mestre, sendo impressionante a semelhança na forma como se move, se exercita, se expressa.
Sem dúvida que, na impossibilidade de ter o Mestre Tokitsu aqui em Portugal, trazer o Daniel é uma aposta segura, uma aposta ganha, e uma oportunidade imperdível.
Para conhecer mais, aqui.

27.1.11

À noite houve concerto

O concerto de ontem no CCB valeu cada cêntimo pago pelo bilhete. Sentado na segunda fila tive o prazer de ver em palco Joanna Newsom, espantosa cantora, incrível harpista e pianista, com uma sedutora presença e excelentes capacidades de comunicação para animar as transições entre interpretações.
Acompanhada por músicos que completam com virtuosismo o espaço melódico disponível, assistir à sua apresentação garantiu uma hora e meia de contínuo e genuíno prazer.
Se ouvir os seus discos já é uma experiência sublime, conseguir ver os esgares, os movimentos, toda a linguagem corporal de Joanna Newsom transporta-nos para outra dimensão da música. Uma extraordinária dimensão.
A primeira parte do concerto ficou a cargo de um dos grandes trovadores dos nossos tempos. Alasdair Roberts (que já vira no Santiago Alquimista a abrir para Bill Callahan) apareceu por detrás da cortina e avançou para a boca do palco sem qualquer artifício. Só ele, a sua guitarra, dois microfones e um monitor de munição. Quase encostado à cortina que permaneceu fechada, Alasdair presenteou-nos com as suas mais recentes criações, baladas escocesas plenas de melodia, musicalidade, capazes de nos fazer sentir o frio e o verde, a chuva e as rochas da Escócia onde vive.
Quem ainda não conhece, faça favor, procure ouvir este estupendo cantautor.

26.1.11

Toma lá... dá cá

"(...) As prendas de Natal não cabiam em três salas. Era sempre a mesma coisa, mas, para mim,era absolutamente indiferente quem me estava a dar a prenda. (...) Nunca comprei uma caneta ou um relógio, mas nunca me senti minorado na minha honestidade por causa disso." As declarações são de Jorge Sampaio, ex-Presidente da República, que ontem fez questão de comparecer pessoalmente no Tribunal Central de Instrução Criminal de Lisboa para defender o amigo José Penedos. (...)
(Tânia Laranjo, Correio da Manhã, 25.01.2011)
Palavras para quê. Um almoço nunca é de graça e quem dá uma prenda a uma autoridade, ao titular de um cargo público, a um decisor, sem com ele ter uma relação pessoal, obviamente quer "cair em graça". Ou seja, está à espera de um "favorzinho" quando chegar o momento certo.
Qual é a diferença para os dragões de loiça, os apitos de ouro ou a "fruta" do futebol?
A diferença é que o futebol é um desporto, um negócio privado com repercussão pública, enquanto que a Presidência da República é uma questão de Estado.
Sampaio... desta vez desiludiste-me a sério.
Quem se lembra de um filme antigo, com o Kevin Costner, em que o Departamento de Estado Americano regista todas as ofertas feitas? Seria interessante que Jorge Sampaio tivesse promovido tal registo. Pelo menos saberíamos quem foi que ofereceu os relógios e as canetas que ele usa mesmo sem saber a origem. Chama-se a isso declaração de interesses...

21.1.11

A Estalada

A estalada foi de € 551,67.
Cálculo feito entre o salário líquido de Dezembro e o de Janeiro, sem sequer contar com o subsídio de almoço.
Felizmente quem me paga fez as contas pela ordem certa: primeiro reduziu a percentagem do assalto e depois calculou os descontos para a ADSE, IRS e CGA. Logo, atenuou a estalada em € 216,33, que foi aquilo que paguei a menos em descontos.
Cento e dez contos dos antigos, só à minha custa, é uma dor no orçamento...

17.1.11

As virtudes do método

Algures pelos onze anos de idade queria ir para o judo, mas os meus pais acharam que era melhor fazer ginástica, já que ficava mais perto de casa. Detestei a escolha e sempre lamentei não ter praticado aquela arte marcial.

Em Maio de 2009 vi anunciada a modalidade “kenjutsu”. Ao espreitar para uma aula e ver que a idade dos praticantes não contrastava com os meus 37 anos de então, não hesitei.

O Mestre acolheu o meu entusiasmo e de imediato desafiou-me para as aulas de tai-chi que tinham, e têm, o assustador horário das 07h15m (da manhã, claro). Não querendo desiludir fui experimentar, com algum cepticismo, e bastou a primeira aula para desmistificar todas as ideias pré-concebidas, e largamente erradas, que tinha da modalidade.

Considerando que o Urso tem alguns problemas de coluna, naquela altura chegara a um ponto em que, com frequência, sentia dores, desconforto, limitações funcionais, sintomas que o exercício que fazia no ginásio ou na piscina, ainda que moderado, não lograva minorar. Ora, cedo me apercebi que o tai-chi era exactamente aquilo de que precisava.

Estou a caminho dos dois anos de prática do método jisei. Pratico tai-chi, kenjutsu e ainda budo. Tenho hoje uma disponibilidade, mobilidade, força que estava longe de pensar que conseguiria ter. As dores nas costas são cada vez mais uma memória. Quem me conhece há anos repara e comenta que estou mais direito, que me mexo de forma mais ligeira.

Devo-o ao método e ao trabalho seguido nestas aulas.

Quando por alguma razão falto a várias aulas seguidas, de imediato o meu corpo avisa que preciso mimá-lo com algum trabalho de qualidade. Felizmente, qualquer espaço, mesmo em casa, permite que nalguns minutos consiga realizar exercícios básicos do método, afinando a máquina e dando-lhe a energia necessária para, com eficácia, enfrentar as exigências do dia-a-dia.

Devo ainda recordar que, em estágio, por duas vezes estive perante o Mestre Kenji Tokitsu, bebendo na fonte os frutos do meticuloso trabalho que vem desenvolvendo há uma vida. E isso é uma experiência inolvidável.


12.1.11

Frio?

Os dias sucedem-se sem que o frio passe por aqui.
Então, porque raio continuo a ver gente vestida como se estivéssemos sob uma onda de frio polar?
Hoje, no metro, vi gente de cachecol, gorro, luvas, casacos pesados o que até me fez sentir mal. Eu cheio de calor no abafado do metropolitano e aquela gente com ar enfiado, mortiço, friorento...
Haverá assim tanta gente "fraquinha"?

9.1.11

Domingo

Deitado na cama a passear na net com o meu novo MacBook Air de 11" é uma boa maneira de começar um domingo.
Andei tentado a comprar um iPad. Mas quando percebi que brevemente irá sair uma nova versão muito mais interessante e, de repente, pus a mãos neste Air... Com um quilo de peso, fino como um raio, menor que a maioria dos livros, com um écran fantástico... um computador a sério.
Sei que estou cada vez mais fanático pelas criações da Apple, mas o que é certo é que os tipos sabem fazer ferramentas/brinquedos deliciosos.

5.1.11

Ibéria

O filho de um casal português-espanhol, que tenha nascido pelo ano novo, tem as festas do Natal, dos anos e dos Reis numa curta sequência semanal.
Recebe prendas em Portugal pelo Natal, em ambos pelos anos, e em Espanha pelos Reis .
A menos que a cada prenda, especialmente quando ficar mais crescidinho, ouça a terrível frase: "olha, é pelo Natal (Reis) e pelos anos" :-(

3.1.11

Fartar vilanagem

Não compreendo como não há consequências daquilo que o Tribunal de Contas vem dizendo e que quase diariamente aparece nos meios de comunicação social.
Num país adulto, responsável e credível, todos estes "gestores" que exploraram indecentemente os recursos do país, eram, no mínimo, desde logo afastados dos seus cargos públicos para não mais voltarem a tal tipo de funções.
Porém, por cá, as frases caem em saco roto. A "agência noticiosa governamental" não dá qualquer eco a estas notícias, pelo que rapidamente desaparecem da ordem do dia. E a população em geral, capaz de se indignar com questões menores, pontuais, casos particulares, mostra-se indiferente a estas revelações que considero verdadeiras ameaças para o Estado de Direito e o nosso modo de vida.
Lamento a falta de responsabilidade e o vazio subsequente às decisões do Tribunal de Contas.
E não resisto em deixar o meu louvor ao seu Presidente, que sendo um homem do aparelho socialista (que já foi ministro) mostra como se pode ser recto, competente e independente.

2.1.11

Sombras, Nevoeiro e Lixo

O dia começou envolto num espesso nevoeiro e cresceu para um cinzento brilhante, agora que as nuvens já deixam passar alguma luz, filtrada é certo, mas ainda assim reconfortante.
O Ano começou envolto em presságios de calamidades, augúrios de tragédia. Espero ver, aos poucos, luz a furar as trevas e a definir as sombras, para que saibamos com o que contar.

Por ora, podemos contar com os maravilhosos exemplos de civismo que são os meu vizinhos das Avenidas Novas. Incapazes de manter em suas casas os sacos do lixo (sabem, se os fecharem bem, podem guardá-los por uns dias) abandonam-nos na rua junto às árvores e, como se aí fosse o seu sítio natural, encostados aos vidrões.

Pelas ruas vejo um panorama digno de terceiro mundo, só porque os funcionários da CML também tiveram direito a gozar o feriado, a viver o Ano Novo como todos os demais, e esta gente "fina" que por aqui anda não consegue respeitar os outros cidadãos.

Cá para mim, gajo apanhado a deixar o lixo na rua desta maneira era enfiado num camião de recolha e ficava lá durante 24 horas. A ver se servia de exemplo.