O concerto de ontem no CCB valeu cada cêntimo pago pelo bilhete. Sentado na segunda fila tive o prazer de ver em palco Joanna Newsom, espantosa cantora, incrível harpista e pianista, com uma sedutora presença e excelentes capacidades de comunicação para animar as transições entre interpretações.
Acompanhada por músicos que completam com virtuosismo o espaço melódico disponível, assistir à sua apresentação garantiu uma hora e meia de contínuo e genuíno prazer.
Se ouvir os seus discos já é uma experiência sublime, conseguir ver os esgares, os movimentos, toda a linguagem corporal de Joanna Newsom transporta-nos para outra dimensão da música. Uma extraordinária dimensão.
A primeira parte do concerto ficou a cargo de um dos grandes trovadores dos nossos tempos. Alasdair Roberts (que já vira no Santiago Alquimista a abrir para Bill Callahan) apareceu por detrás da cortina e avançou para a boca do palco sem qualquer artifício. Só ele, a sua guitarra, dois microfones e um monitor de munição. Quase encostado à cortina que permaneceu fechada, Alasdair presenteou-nos com as suas mais recentes criações, baladas escocesas plenas de melodia, musicalidade, capazes de nos fazer sentir o frio e o verde, a chuva e as rochas da Escócia onde vive.
Quem ainda não conhece, faça favor, procure ouvir este estupendo cantautor.
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