Santa's Summer Fest é um festival de Verão dos pequeninos, organizado em Santa Cruz, para não ficar atrás da arqui-rival Ericeira que também organiza, há já uns anos, um dos muitos festivais da época.
O cartaz tinha um quê de iniciação. Para além da electrónica, pelas mãos dos DJ e das noites na discoteca Faraó, consagrava um dia ao rock puro e duro, e outro ao reggae e correntes mais descontraídas, tentando abarcar o mais variado público num universo que se sabe, à partida, não ser abundante. Depois, foi misturar nomes novos com relíquias do passado e assegurar que os pais também entravam no recinto acompanhando a criançada pré-adolescente que se misturava e sentia no seu primeiro festival, um assomo de liberdade ainda que em meio controlado e sob o olhar confiante dos pais que bebiam um copo, conversavam e esperavam para ouvir nomes que já tocavam quando eles próprios eram adolescentes.
Só fui a um dos dias e apenas para ouvir uma banda.
Linda Martini.
À beira de lançar novo disco (sai a 30 de Setembro e espera-se o concerto de Lisboa no dia 9 seguinte), a banda mostrou ser um sábio animal de palco. As suas músicas prestam-se ao desempenho gutural que nos agita as entranhas. As malhas das guitarras, a sólida linha de baixo ou a fantástica bateria sovam-nos o corpo acompanhando as letras gritadas que nos agitam as ideias.
E louve-se a fidelidade à língua portuguesa que tão bem tratada é por estes quatro.
Os Linda Martini estão bem e recomendam-se. Em concerto são melhores que em disco, pois perdem a limpeza da gravação e sujam as mãos no pó e suor do palco, onde dominam com à-vontade e a boa disposição.
A seguir vieram os cabeças de cartaz, os Peste e Sida. 28 anos depois e tudo está na mesma. São básicos (no pior sentido) mas cumprem o que lhes pedem. Eu saí à segunda música. Não há pachorra.
Sem comentários:
Enviar um comentário