7.9.06

Será mesmo para melhor?

Grandes alterações ocorrem nos jardins da Gulbenkian. Começou com a substituição de espécies e a colocação de uns "lagos" de reduzida profundidade, forma circular e delimitados por ferro ferrugento que acho um pouco "choninhas", sem impacto e apenas despropositados.
Depois, apareceram umas coberturas de tecido à volta do CAMJAP, oferecendo sombra neste Verão quente. Aparentemente seriam uma solução provisória que julguei escolhida para a cerimónia formal que ocorreu celebrando os 50 anos da fundação e a encheu de VIPs. Porém, mantiveram-se lá, começando a evidenciar o notório desgaste provocado pelo sol e humidade. O tecido começa a abaular cada vez mais e já lhe bato com a cabeça. As aves têm contribuído para forrar a parte superior dos toldos com caca naturalmente inestética.
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(fotografia de Urso Polar)
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Agora revelou-se a nova intervenção: um palco aparentemente permanente, com pala, colocado no anfiteatro ao ar livre.
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(fotografia de Urso Polar)
Não é repulsiva, por si, a estrutura retratada. Porém, para mim, estraga o anfiteatro. É um monstro permanente que se intromete e viola a relação daqueles lugares com o lago, o relvado e o próprio edifício principal. Não será o mesmo estar ali sentado, em qualquer altura do ano, a ler o jornal, um livro, ou a namorar. A partir de agora, os lugares do anfiteatro ao ar livre estão mais fechados, claustrofóbicos, e perderam a amplitude que os tornavam muito agradáveis e proporcionavam repouso ao olhar.
Por isso pergunto: Será mesmo para melhor?

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