Os distúrbios de ontem de Londres, em que manifestantes tentaram apagar a chama olímpica com recurso aos mais variados métodos, incluindo um adequado extintor, são um episódio caricato, cómico mas igualmente trágico e dão o mote para o percurso da famigerada chama.
Por um lado, não se pode negar que a situação do Tibete é uma daquelas que importa rever, como um dia se reviu Timor, e actualmente se tenta rever o Kosovo, por exemplo. Falamos de um território, de uma ocupação e de uma imposição pela força.
Por outro lado, é certo e seguro que são os eventos de grande publicidade que propiciam os melhores momentos para criar alertas e chamar a atenção do mundo global para questões tão localizadas.
Se o método é o mais correcto, já não sei. Sei que é preferível este tipo de manifestação ao boicote desportivo que no passado desvirtuou edições da competição olímpica pelo afastamento de alguns dos melhores atletas de então. Uma coisa é certa: hoje o Tibete está na ordem do dia, e desde ontem foi criado suficiente barulho para ecoar nos meios de comunicação social e ser de novo tema de conversa.
Em jeito de desabafo tenho, contudo, que dizer que os Jogos Olímpicos já não são o que eram. Sinceramente, nos dias de hoje, a emoção que anteriormente sentia de 4 em 4 anos esfumou-se e apenas vê mais uma enorme concentração de emissões televisivas nas quais desfilam os artistas de sempre. Nos Jogos era preciso avivar a chama, e não apagá-la. E não creio que sejam os chineses na organização e os actuais desportistas nos seus palcos quem conseguirá animar a malta para o desporto sob a égide das cinco argolas.
1 comentário:
Por acaso é verdade. Não havia família que não assistisse à abertura oficial.
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