Nascido e crescido na Parede, o primeiro cinema que me recordo de frequentar foi o “Royal Cine”, mais conhecido por cinema da Parede, ou “cine-piolho”. Era velhinho, tinha cadeiras duras numa plateia sem inclinação bem como balcão, e exibia matinés de animação, filmes de grande circulação mais de um ano depois da estreia (revi lá “Os Salteadores da Arca Perdida” e “O Regresso de Jedi”, por exemplo), e sessões da meia-noite com filmes de kung-fu. O bilhete custava menos de metade dos preços dos outros cinemas e, para quem era miúdo, em plena década de ’70, era o que havia.
Abriu então o cinema de Carcavelos, o “Atlântida-Cine” ainda no activo, que condenou a velhinha sala da Parede que fechou poucos meses depois, e deu-se um salto qualitativo sem descrição. Passámos para uma sala com mais de trezentos lugares desnivelados, estofados e projecção de qualidade.
Vem tudo isto a propósito do primeiro filme que vi em Carcavelos. Num evento especial, tendo ido a pé, em grupo, e tendo regressado eléctrico, excitado, animado com a excelência de “Blade Runner”.
A semana passada revi este filme, agora em “edição final”, numa sala fantástica, do UCI Corte Ingles. E só posso dizer que o filme envelheceu muito bem, mantendo-se um extraordinário exercício de ficção científica, com uma história profunda, existencialista, representada em cenários incríveis, por competentes actores. Com uma cuidada realização, “Blade Runner” é, sem dúvida, um marco da ficção científica ao nível de um 2001, ou um Solaris. E vê-lo num gigantesco écran não é substituível por um LCD ou um plasma, por maiores que eles sejam no conforto da nossa casa.
Reciclado dos anos oitenta veio igualmente Indiana Jones, agora atrás de uma caveira de cristal. Se o título fazia lembrar logo Arthur C. Clarke e a sua série televisiva, o cartaz do filme desvia-nos logo para campos mais fantásticos, mais extra-terrestres.
Não é surpresa nenhuma pois os três capítulos anteriores andaram sempre no reino do místico e do fantástico. Jones está mais velho, mas ainda se aguenta à bronca com porrada q.b. e aquele espírito aventureiro e muitas vezes trapalhão. Aumentou a quantidade de “piadolas” e “gags” com referências cinematográficas explícitas e, no final, tivemos duas horas de animada correria para fazer o bem vencer o mal.Este novo filme encaixa na perfeição na sequência anterior mas, por culpa da animação por computador, perdeu o factor “uau” que distinguia Indiana Jones dos demais filmes. Talvez seja mesmo o menos espectacular dos quatro, mas, ainda assim, é sem dúvida, um espectáculo a não perder. Especialmente se queremos manter o espírito jovem das místicas aventuras do professor-arqueólogo-espião-caçador de prémios. Em todo o caso, continuo a achar que “Os Salteadores da Arca Perdida” é, sem dúvida, o melhor destes filmes.
Abriu então o cinema de Carcavelos, o “Atlântida-Cine” ainda no activo, que condenou a velhinha sala da Parede que fechou poucos meses depois, e deu-se um salto qualitativo sem descrição. Passámos para uma sala com mais de trezentos lugares desnivelados, estofados e projecção de qualidade.
Vem tudo isto a propósito do primeiro filme que vi em Carcavelos. Num evento especial, tendo ido a pé, em grupo, e tendo regressado eléctrico, excitado, animado com a excelência de “Blade Runner”.
A semana passada revi este filme, agora em “edição final”, numa sala fantástica, do UCI Corte Ingles. E só posso dizer que o filme envelheceu muito bem, mantendo-se um extraordinário exercício de ficção científica, com uma história profunda, existencialista, representada em cenários incríveis, por competentes actores. Com uma cuidada realização, “Blade Runner” é, sem dúvida, um marco da ficção científica ao nível de um 2001, ou um Solaris. E vê-lo num gigantesco écran não é substituível por um LCD ou um plasma, por maiores que eles sejam no conforto da nossa casa.
Reciclado dos anos oitenta veio igualmente Indiana Jones, agora atrás de uma caveira de cristal. Se o título fazia lembrar logo Arthur C. Clarke e a sua série televisiva, o cartaz do filme desvia-nos logo para campos mais fantásticos, mais extra-terrestres.
Não é surpresa nenhuma pois os três capítulos anteriores andaram sempre no reino do místico e do fantástico. Jones está mais velho, mas ainda se aguenta à bronca com porrada q.b. e aquele espírito aventureiro e muitas vezes trapalhão. Aumentou a quantidade de “piadolas” e “gags” com referências cinematográficas explícitas e, no final, tivemos duas horas de animada correria para fazer o bem vencer o mal.Este novo filme encaixa na perfeição na sequência anterior mas, por culpa da animação por computador, perdeu o factor “uau” que distinguia Indiana Jones dos demais filmes. Talvez seja mesmo o menos espectacular dos quatro, mas, ainda assim, é sem dúvida, um espectáculo a não perder. Especialmente se queremos manter o espírito jovem das místicas aventuras do professor-arqueólogo-espião-caçador de prémios. Em todo o caso, continuo a achar que “Os Salteadores da Arca Perdida” é, sem dúvida, o melhor destes filmes.
2 comentários:
O "Blade Runner" é dos meus filmes preferidos de sempre. É realmente fantástico!
E a "última versão" lima-lhe algumas arestas com muito cuidado. também se vê isso nos extras do dvd.
Enviar um comentário