Num dia de nevoeiro, a cidade tristonha anuncia mais uma semana de trabalho.
Na rádio, para além do Benfica, do Porto e do Sporting, continua a render a gaffe de Cavaco, quase tão boa como aquelas que os candidatos republicanos nos Estados Unidos vão dando amiúde.
Eu, de boa vontade continuava em perpétuo fim-de-semana, aperfeiçoando a arte da contemplação, essa actividade tão gratificante mas mal considerada pela generalidade das pessoas.
Confundem-na com preguiça.
Mas é preguiça dedicar a inteira atenção à escuta de um disco? À leitura de um livro? Ao visionamento de um filme ou de uma série? A uma ida ao teatro, à degustação de uma refeição apetitosa, à absorção de uma paisagem, um som, um silêncio?
É preguiça demorar dez minutos para tirar uma fotografia, ao invés de carregar no disparador sem limites e fazer uma centena de fotos na esperança que uma fique boa?
É preguiça olhar pela janela e ficar a ver o nevoeiro levantar?
3 comentários:
A minha alma contemplativa compreende-te. e hoje juntei-lhe, por razões óbvias, uma pitada de sebastianismo.
saudades!
Amiga, ainda tenho na prateleira umas coisitas para ti. Ligo-te em breve.
Eu, às vezes, também queria hibernar. E não sou urso...
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