29.1.04

PINGUINS

Querem ver o que o urso polar faz para passar o tempo?
Ora tentem acertar no pinguim. Uma vez no gelo, basta clicar com o rato.
Como sou um pouco nabo e não consigo criar um link, copiem a morada e colem-na no sítio certo.

O Urso Polar chega aos 316,1.

http://amok.maxxmok.de/Pinguin.swf

28.1.04

CARDONA E O FISCO

Ao que parece o que aconteceu foi o seguinte:
- aqueles funcionários não têm vínculo à função pública - logo, a Caixa Geral de Aposentações recusou-se a receber os descontos;
- ao pretenderem fazer o desconto para o regime geral da Segurança Social, esta mostrou-se pronta para receber tais dinheiros, ... desde que fosse apresentado o respectivo contrato de trabalho;
- tais funcionários, também não têm contrato de trabalho, logo, a Seg. Social não recebeu as contribuições.

Moral da história. "nós até queriamos pagar, Sr. Dr. Juiz, mas ninguém recebia..."

Claro que, se tivessem resolvido a situação dos funcionários, dia a dia nos Tribunais sem qualquer vínculo que não sejam declarações do tipo "fiquem aí a trabalhar que nós pagamos", nada disto aconteceria.

Onde está o crime? Se calhar até está... Veja-se o caso da Sra. ex-Presidente da Câmara do Montijo, que ouvi ontem na TSF a contar como, e porquê, foi condenada em Tribunal.

Quando a ilegalidade começa a grassar no poder executivo, que se escuda em questões técnicas (cuja resolução lhes cabe por mandato eleitoral) fica minada a legitimidade das demais instituições.

Hoje, um arguido ouviu a condenação em 4 meses de prisão, suspensa na sua execução por dois anos sob condição de, em um ano, demonstrar nos autos que pagou os cerca de € 25.000,00, mais juros, de IVA que não entregou num trimestre de 2001. Em que pensará quando ouve esta desfaçatez governativa?

MAs, que sei eu disto?

26.1.04

O Último Sorriso

Depois de um sorriso, Mikhi Féher morreu.
O choque atingiu milhares de pessoas que estavam no éstádio. Que viam em directo na Sport TV. Que ouviam nas rádios. Que viram quase em directo na RTP.
Mikhi tinha à sua disposição meios de socorro inusitados, pois duas equipas de médicos chegaram até si em segundos. MAs, a areia da sua ampulheta chegara ao fim, e nada pôde ser feito.

Faz pensar em quem tem problemas semelhantes, em casa, no trabalho, na rua. No sofrimento de quem o acompanha, de quem vê, de quem chama os socorros e desespera enquanto espera. Quando minutos parecem horas e a impotência permite apenas que se veja o que os outros fazem.

Os restantes jogadores, particularmente os colegas do Benfica, aperceberam-se rapidamente que Féher estava de partida. O sofrimento, as lágrimas e o desespero são mais marcantes que a queda do jogador ou as manobras de ressuscitação que se vislumbram. Felizmente o realizador não foi mórbido, e mostrou-se o inevitável e o indispensável.

E viu-se o sofrimento daqueles miúdos e graúdos da bola. De Miguel e Tiago, a Hélder e Zahovic.

Aqui há anos, Gerard Berger despistou-se, embateu num muro, e o Ferrari que então conduzia incendiou-se e envolveu o piloto em chamas. Assisti arrepiado à combustão que durou uma eternidade até que os bombeiros a apagaram. Depois, em repetição, e de cronómetro ligado, constatei que as chamas duraram 14 segundos. Uma eternidade em directo, um instante no relógio.

Anos depois, quando Senna deixou a vida na pista Italiana, foram filmadas e fotografadas as operações de socorro, a poça de sangue restante e tudo que o recato aconselhava não ter sido mostrado. Hoje, quando um piloto de F1 sofre um grave acidente, juntamente com os socorros, vêm comissários de pista com lençois e cobertores tapar o evento dos olhares indescretos.

Parabéns, portanto, a quem não banalizou a imagem da morte de Féher. Aos outros, se os houve (desconheço as imagens da imprensa) o meu desdém.

A morte choca. E a morte em directo choca quem a presencia. Desta vez foram muitos os que viram esfumar-se uma vida. Para que recordem que, dia a dia, alguém perde alguém. Alguém sofre.

É a vida. Traz sempre a morte. Há que aprender a viver com ambas.

MAs, que sei eu disto?

20.1.04

LUZ


Brincando com a luz que via através do visor, escolheu a velocidade do disparo. A máquina, inteligente, compensou na abertura, proporcionando uma exposição equilibrada. Aproximou mais a imagem, rodando a lente e premiu o botão até ouvir o característico aviso sonoro, informando que estava focado. Seis dos sete pontos de focagem estavam activos, informava o visor.

Carregou no botão até ao fim, e ouviu o reconfortante som do prisma a ser recolhido, e do obturador, rapidamente, a permitir à luz queimar o negativo, nele moldando, fixando, eternizando o momento. Ouviu o filme ser enrolado ficando a máquina preparada para mais uma recolha de imagem.

Naquele filme, agora enrolado, estava guardada a prova manifesta que Deus existe. Só Deus, ser perfeito e omnipresente poderia proporcionar-lhe o espectáculo que presenciava, a luz que iluminava uma paleta extraordinária.

Do céu, azul por entre manchas de escuras nuvens, desciam raios de luz amarela de fim de tarde, sobre uma mar cheio de “carneiros”, batido pelo vento. Em terra, de um castanho avermelhado, poças de água reflectiam luz por entre a verdejante vida, coberta de pérolas pelos aguaceiros que frequente e insistentemente caíam a espaços de breves minutos.

Ao longe, a cidade do tamanho de uma vila, brilhava agora à luz do Sol primaveril, no seu branco sujo de água, de lama, de um Inverno que findara e ainda não permitira o tradicional rito de caiar os exteriores. O vidro de uma janela reflectia um raio mesmo na sua direcção, completando a composição fotográfica que se expunha qual revelação metafísica.

Sorriu.

Segundos depois, a água começou a tombar do céu em pingas grossas e teve que correr para o automóvel que ali perto por si esperava, descansando da longa viagem já percorrida. Com um enorme sentimento de calma interior, arrancou para a estrada, atacando as duas horas que lhe restavam de asfalto.

Dez anos depois aquela fotografia, ampliada e devidamente emoldurada, repousa à vista de todos no seu escritório. Quando lhe perguntam onde fica o lugar da luz misteriosa, diz “em lado algum e em todo o lado”. Não adianta mais explicações.

Para si, aquela imagem transporta-o para junto de Deus de forma mais eficaz que qualquer ida à missa. Aquele instante cristalizado quimicamente numa película, e revelado num pedaço de papel é a sua igreja, e a paz que o inunda quando o olha assegura a força que lhe permite continuar, sózinho, na casa vazia, onde outrora correu uma criança que, decerto, já o esqueceu, e chama pai a outro.

19.1.04

OS COMENTÁRIOS ESTÃO DE VOLTA

Já há comentários. Desta feita com a Haloscan.
Boas leituras. Boas intervenções.

16.1.04

PODER DE COMPRA

É com tristeza que oiço falar, mais uma vez este ano, em congelamento dos salários ou aumentos que se afiguram entre 0,5 a 1% abaixo da inflação que se espera para 2004.

Como todos podemos constatar, estamos a aproximar-nos a passo galopante do nível de vida da Europa Comunitária.

Eu esclareço. Rapidamente estaremos ao nível dos dez países do próximo alargamento. Porém, pelo andar da carruagem, também rapidamente os veremos passar à frente. Estamos assim ao nível do caracol na corrida entre a lebre e a tartaruga.

Mas, que interessa isso se o Sérgio Conceição regressou ao FCP, se o Tinga vem para o Sporting, se o Benfica está em estágio nas Caldas, ou se o Carlos Cruz está a ser ouvido pelo Juiz de instrução?

Com jeitinho, alguém morreu, foi morto, está doente, precisa de ajuda, não recebe o subsídio, tem a casa a cair, ou seja, está pior que nós e a TV e os Jornais mostram tal desgraça para nos fazer sentir melhor. Porque outros há que estão pior. Os coitadinhos.

Há dias em que nem o sol lá fora me livra desta neura que me abafa.

Mas, que sei eu disto?

13.1.04

COMENTÁRIOS

Não há serviço de comentários. Vejam porquê:

"BlogSpeak is currently down because the bastards that host it decided to suspend my account. I do not know as of yet when this situation will be resolved. If you don't want any JavaScript errors on your pages, take the code off for the time being. Thanks for your patience."

Espero que voltem.
Mas, que sei eu disto?

12.1.04

BENFICA

Até me sinto mal por ceder um pouco do meu tempo e do blog para me pronunciar sobre algo tão profundo como o futebol. MAs desta vez, tem que ser.

Não sou fanático da bola, mas gosto de ver um bom jogo na TV. Não frequento os estádios (só fui ver um jogo por duas vezes e na segunda mataram um tipo com um very-light), e sou adepto do Benfica, apesar de me recusar a ser sócio, pois não quero contribuir para qualquer agrupamento de "chulos da bola".

Mas, desta vez, tenho que dizer qualquer coisa. Vi, ontem, o jogo com o União de Leiria, que acabou com um empate a três bolas. E gostei. Por muito mal que digam os desapontados, que julgam que o campeonato ainda pode ser "nosso", a verdade é que vi um jogo bem disputado, em que os futebolistas, para variar, correram sempre atrás da bola, em que o resultado só foi uma certeza quando o árbitro terminou o jogo, e em que houve poucas interrupções que quebrassem o ritmo da partida.

É verdade, o Benfica não ganhou, mas quem viu o jogo deu por bem empregue o seu tempo, e quem pagou o bilhete teve direito a espectáculo. Porque, ultimamente, mesmo quando ganhava, o Benfica tinha por hábito fazer uns jogos de merda, umas vezes por falta de inspiração, outras porque o adversário jogava com nove defesas e um trinco à frente do guarda-redes.

Espero que não liguem muito ao penalti não marcado, ou aos fora-de-jogo duvidosos, porque o futebol faz-se na relva. E, desta vez, assim aconteceu.

MAs, que sei eu disto?

8.1.04

ÚLTIMA HORA

Carta anónima acusa José Eduardo Moniz e director do 24 HORAS de pedofilia no âmbito do processo Casa Pia.

Se fosse verdade, como dariam eles a notícia? Ou se a vítima do crime fossa da família deles, como reagiriam aos pedidos de libertação dos arguidos? Também se queixariam da "grosseira violação dos direitos dos arguidos"? Também diriam que só os Tribunais e as polícias é que cometem ilegalidades e atropelos à lei?

Não sei porquê, mas acho que, de repente, se alteraria o panorama informativo.

Mas, que sei eu disto?

2.1.04

2004

Acabaram-se as férias. Como bom português, sou um gajo optimista e digo, "este ano é que vai ser. Tudo será melhor".

Mas, qual é a diferença entre passar de 31 de Dezembro para 01 de Janeiro, e passar de 12 para 13 de Março? Porque razão achamos que o dia de Ano Novo é um ponto de viragem. Onde estão as provas de estanquecidade entre os anos?
Nada.
Então, meus amigos, para quê a porra das passas? Para quê o espumante (de Raposeira para baixo)? Qual a razão para ser mais optimista no dia 01 de Janeiro?

Não sei.

Sei que, depois da meia-noite, e depois de muito petiscar e algum beber, comecei finalmente a jantar, com os amigos que se reuniram. Um deles faz anos a 01 de Janeiro. Faz mais sentido celebrar o seu aniversário que o Ano Novo (quem é esse gajo?). E as horas passaram, o dia nasceu e voltou a anoitecer num instante. 2003 ficou no passado.

O Ano Novo é, isso sim, uma boa desculpa para a festa. Tenho pena é que se "exija" a sua celebração. E se eu quiser passar a meia noite na cama, a dormir, no dia seguinte sou olhado como um bicho raro.

Em todo o caso, esperemos que os próximos 364 dias (dois já lá vão) sejam melhores que os últimos 365. E que não me chateiem a cabeça com o Euro, o Défice, a Casa Pia e tudo aquilo que o critério jornalístico dos nossos dias faz questão de salientar para empestar o dia-a-dia. E que acabem com os destaques do ano, e as recordações do que aconteceu e foi notícia. Tirando os "apanhados" do desporto e os melhores golos nada se aproveita.

Passem bem, e que o Verão de 2004 venha depressa que tenho saudades da praia.