26.4.04

MST

Quando era adolescente lia com atenção e admirava Miguel Sousa Tavares.
Felizmente isso passou-me.
À medida que fui crescendo, fui tornando-me mais sabedor, experiente e conhecedor. Completei a formação universitária, no ramo do Direito, e passei a ler com asco as barbaridades de MST. Cada vez que fala de Direito, de processos, da justiça MST só diz asneira. É estúpido, mesmo.
Claro que, quem o leia, como eu fazia quando era adolescente, sem conhecimento de causa, julga-o pertinente, incisivo e ponderado.
É, contudo, mais um embuste no mundo dos nossos cronistas.

Leia-se a sua crónica no Público de sexta feira.
Do alto da sua sabedoria (ah ah) já previu o fim do processo que saltou para a opinião pública com a operação "apito dourado" como "mais um momento de ridículo e descrédito da justiça portuguesa". Diz que o MP prende para investigar, sem sequer procurar saber que o inquérito terá cerca de um ano, ao que consta, nomeadamente com recolha de escutas telefónicas.
Apesar de licenciado em Direito, MST sabe tanto da poda como Sofia Pinto Coelho, outra "expert" da treta. E diz barbaridades sobre a interpretação do artigo 254º/1 al. a) do código do processo penal, que manifestam a sua ignorância sobre a jurisprudência e doutrina, e mesmo da génese legal do preceito. Ou é burrice, ou é falta de ética e manipulação do popularismo das suas afirmações.
Finalmente, ousa escrever que "O patético advogado do major Valentim Loureiro - outro dos tais crónicos "cromos" do mundo do futebol, ele próprio ligado em tempos à arbitragem - acha que isto é perfeitamente legal e repete-o, com um ar muito contente, perante as câmaras de televisão, deixando-me a sensação de que, quanto mais tempo o major estiver "dentro", mais oportunidades terá ele de se ver na televisão".
Eu, se fosse o Sr. Advogado, começava por processar MST. Porque o Sr. Advogado, pelo menos, mostrou contenção nas afirmações e saber com que leis se rege o processo penal.
Ao contrário deste comentador, com muito tempo de antena para dizer tanta asneira.
Paciência tem limites.

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