4.7.05

Multidões

Sou daqueles para quem os Pink Floyd foram uma banda marcante, inesquecível, fantástica, sob o impulso criativo de Roger Waters. Com Sid Barrett andaram ao sabor da alucinação tendo criado momentos brilhantes, mas foi com Waters que deram o passo para a imortalidade. A separação da banda, com a saída de Roger Waters levou a que os membros restantes, sob a batuta de David Gilmour, criassem alguns discos menores, num marcado ocaso. Por seu turno, a carreira a solo de Roger Waters navegou em águas seguras e inspiradas. Mas nunca mais o produto foi tão fantástico como nos anos dos Pink Floyd.
Vi Roger Waters no Pavilhão Atlântico, num concerto com quase três horas, cheio de ritmo e pujança, longas guitarradas e melodias sonantes, revivendo os temas marcantes dos Floyd e adorei.
Foi, por isso, com grande alegria que vi no mesmo palco os Pink Floyd, a mostrar como sabem tocar aquilo que os lançou ao estrelato, superando desavenças antigas de personalidades antagonizantes. Foi no LIVE8, e foi mesmo a única actuação que vi.
Nesta transmissão da RTP (porquê a necessidade de falar durante um concerto, mesmo que seja nas passagens das músicas, e em particular para constatar o óbvio, o visível?) constatei a gigante multidão que se estendia à frente do palco londrino. Multidões como aquela são sempre impressionantes, ainda que juntas pela força da música, a música juntou-se por força de uma necessidade. A necessidade da Humanidade ser mais humana, menos gananciosa, mais equitativa, menos financeira, mais produtiva.
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Por Lisboa a multidão fazia fila para pagar € 20,00 para ver mamas. Sim, essa era a motivação daqueles que à frente da FIL aguardavam a vez para entrar na feira erótica que decorreu de quinta a domingo passados. O Maxime´s, dos pobres, a Passerele dos envergonhados.
Disse-me quem lá foi (também houve música e consta que os Ena Pá 2000 estiveram ao seu melhor) que aquilo tinha um ar pobrezito, fraquito, e estava cheio de gajos amontoados, babados e com um ar mais celibatário que um jovem de 17 anos, fan do Star Treak, do Magic e de informática, cheio de borbulhas e com cabelo oleoso.
Será que a indústria do sexo só serve para isto?
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Praia e filmes, foi por aí que andou o meu fim-de-semana. Amanhã falo sobre isso.

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