29.3.07
27.3.07
The Doors
Agora confessem... ainda bem que Jim morreu. Assim, o mito vive. Certamente que se pudesse colocar neste post uma fotografia dele agora aos sessenta e três anos, a mística não seria a mesma.
Os "votos" da TV
A vida dos outros pode ser muito melhor que a nossa
Este filme ganhou o Óscar para melhor filme estrangeiro. Muita gente apontava que o prémio caísse para "O Labirito do Fauno", mas foi "A Vida dos Outros" que arrecadou a estatueta dourada. Fui vê-lo ontem. E encontrei outro dos grandes filmes do ano.
Neste filme não encontramos efeitos especiais, ou algo de fantástico. Aliás, o que se cola durante as 2 horas e 20 minutos de projecção é a realidade, a sensação de tudo aquilo que vemos pode ter acontecido. Que aquilo é verdadeiro.
A história passa-se na RDA, em 1984, quando um ministro quer uma actriz para sua amante e envolve a Stasi para atacar o marido daquela, escritor, dessa forma eliminando a concorrência. O director da Stasi, conivente para alimentar a sua ambição pessoal, entrega a missão a um dos seus melhores homens, indivíduo discreto, frio, metódico, eficiente.
Só que este, numa brilhante criação do actor Ulrich Muehe, questiona logo a legitimidade da acção por a ver determinada por propósitos egoístas e não para o bem da nação e do Povo. Este personagem, o Capitão Wiesler, é um bom agente da Stasi, mas fá-lo porque acredita nos propósitos ideológicos da sua missão. Propósitos esses abalados com a motivação para a perseguição ao escritor.
A acção evolui tal como evolui a consciência deste agente que se deixa envolver com os objectos da sua vigilância. E é à volta desta dinânimca que o filme corre, alimentando a nossa curiosidade, envolvendo-nos com as cumplicidades descobertas.
Florian Donnersmarck realiza de forma calma, discreta, mas incisiva mais um documento interessante da antiga RDA, para juntar a "Goodbye, Lenine", mostrando o poder do cinema bem realizado, escrito, interpretado.
Pena que já se fale num "remake" americano. Que mania a destes gajos de refazer o que já está bem feito. Deve ser porque não conseguem ler legendas, decerto.
26.3.07
Fábulas
Ontem fui ver outra fábula. "Man of the Year", de Barry Levinson. A história é igualmente simples. Quem vê o "Daily Show, with Jon Stewart" que vai passando na Sic Radical, tem presente como pode ser poderoso o humor a lidar com assuntos sérios, políticos. Dia a dia se revelam escândalos e com humor e sem qualquer sentido do politicamente correcto, porque ao humorista é permitido dizer tudo, se põe o dedo na ferida. E tudo parece fácil, como alternativa ao sistema dominado por dois partidos (como vai acontecendo por cá, por exemplo).
Ora, este filme pega exactamente neste mundo (aliás, Lewis Black, comentador no Daily Show, é um dos actores principais, como redactor criativo) e transforma Robin Williams num apresentador de um programa deste estilo que, levado pelas circunstâncias, decide candidatar-se a Presidente dos EUA. Conjugando a popularidade granjeada numa franja descontente com os grandes partidos, e beneficiando da introdução de um novo sitema de voto electrónico, acaba por ganhar as eleições.
Ou não?
O filme não é surpreendente nem explosivo. Mas não deixa de evidenciar o poder do humor e as contradições do sistema político norte-americano. Os riscos da democracia que se coloca nas mãos das empresas, do dinheiro e se esquece do eleitor e da integridade necessária para governar.
Não é um filme de encher o olho, mas é muito razoável, garantindo a nota média 3. A ver, sem pressas.