21.7.08

Quebrar o silêncio

Acho que já é demais.
A ameaça dos ciganos se mobilizarem e fazerem uma manifestação nacional porque as famílias alojadas em Loures, no Bairro da Fonte, não querem regressar às casas que lhes foram facultadas a custo social (sim, todos lhes pagamos a casa) alegando que aí se sentem inseguras, e haver quem lhes dá tempo de antena, páginas de jornal e ainda outros que ponderem satisfazer as suas demandas é coisa que roça o ridículo, o intolerável, o absurdo.
Quem viu as imagens divulgadas na net e nos telejornais, viu seguramente o mesmo que eu. Os ciganos que hoje se manifestam estavam na rua e as armas que seguravam e usavam indiscriminadamente no meio da rua eram bem visíveis. Contavam-se cinco caçadeiras e outras tantas pistolas e/ou revólveres e, num ambiente digno dos levantamentos da fatah, para as bandas da Faixa de Gaza, disparavam tais armas para o outro lado.
Não vimos "o outro lado". Admito, só como hipótese por ser a única que justificava o não avanço dos ciganos armados, que também estava armada. Mas é assim que se reage num estado livre, democrático, que tem forças de segurança? Obviamente que não. Se os ciganos estão hoje inseguros, é porque contribuiram activamente para o clima de insegurança naquele bairro. Têm, pois, que se aguentar e proteger ao abrigo da lei, recorrendo quando necessário ao apoio das forças de segurança. E estas têm que intervir, apaziguando os ânimos e fazendo chegar os infractores a Tribunal.
Porque é assim com toda a gente.
É assim com os idosos de 70, 80 e 90 anos que vivem para os lados do Intendente onde nasceu uma sala de chuto ao ar livre, um supermercado de droga e onde agarrados desesperados pela dose que tarda atacam desvairados os habitantes que já não têm forças para se defender, que não têm caçadeiras e pistolas (quase tudo ilegal, como se viu da apreensão junto dos manifestantes de Loures) e que ninguém alguma vez pensou realojar. E bem, diga-se. O que deveria ser feito era combater activa e eficazmente o tráfico ali instalado e não andar a deslocar as pessoas ao sabor dos meliantes.
Tudo isto para concluir que só pode ser anedota de Verão esta feira montada pelos ciganos de Loures. Seguramente têm saudades de Scolari, que já não está presente para "defender o minino".

2 comentários:

Ouriço-Cacheiro disse...

O "outro lado" levou uma bela banhada de droga dos ciganos que só disparam, sem nenhum alvo fixo (embora o calculo do risco lhes seja alheio...), só para intimidarem. Gosto sempre quando uma minoria utiliza a sua condição para disfarçar um cúmulo de crimes! É, já se pode dizer, um clássico!

Urso Polar disse...

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