10.3.04

TRATADO SOBRE A DESVALORIZAÇÃO DO "EU"

I - Declaração de intenções

Não há qualquer rigor científico no que pomposamente apelo de "tratado". Apenas a compilação de pensamentos, silogismos, experiências, questões que se coloquem à volta do tema. Ou seja, A desvalorização do "eu".

O ponto de partida, é uma constatação: o indivíduo nunca está contente consigo, e é quem primeiro aponta os seus defeitos, mesmo para além daquilo que os outros vêem.

O rigor da constatação não é nenhum. Cinge-se ao ora escritor e aqueles que com ele convivem. Ir para além desse universo é um erro.

O método é aberto. A obra é aberta. Quem quiser pode contribuir com as reflexões que tiver por pertinentes. Pode, inclusivamente, se disso tiver conhecimento, apontar estudos científicos sobre a matéria, desde que não os compare com este "tratado", pois não se deve comparar o incomparável, nomeadamente por estar despido de pretensões académicas. Aceitam-se críticas. Porém, cuidem no tema, e não destruam o escritor.

Objectivo: pensar alto sobre a questão. Sem prazo, e sem exigir resultados.
Aos poucos surgirão posts sobre a matéria. Esperemos que de algum interesse.

II - Introdução

Estava eu a tomar o meu duche quando me apercebi que, nos últimos tempos, aumentou consideravelmente a proeminência abdominal. Não só estou a ficar gordo, como barrigudo.

Durante alguns anos encarei estas alterações fisionómicas com naturalidade. Não estava a ficar mais novo e, por isso, nada de extraordinário era ficar mais "pesado". Porém, agora já não é só o peso. É a agilidade e a aparência.

Deverei ficar preocupado? Até que ponto isto prejudicará a minha forma de ser e de estar? O que pensarão os outros?

E, aqui, nasceu a questão que me ocupará. Se eu estou a desvalorizar-me, porque não hão-de os outros proceder igualmente a tal operação?

(continua)

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