4.5.05

Baralhada

Na sexta-feira Sócrates defendeu na AR a sua intervenção na área da justiça, num debate que apenas serviu para demonstrar que basta estar um pouco preparado sobre um tema par não ter oposição.
E digo um pouco pois nem acredito que as medidas apresentadas resolvam alguma coisa, nem consegui deixar de tremer ao ouvir algumas "confusões" do PM. Porém a incompetência dos tribunos, que falam muito daquilo que desconhecem evidenciando impreparação para expor os vícios de raciocínio do governo permite que o PM saia do parlamento com legitimidade reforçada. Legitimidade para fazer uma baralhada na justiça.
Não vejo melhoras, se as decisões assentam na visão "numérica" da justiça. Não vejo melhoras se, como aconteceu nessa mesma sexta-feira, se faz um movimento de funcionários judiciais e não se ocupam vagas deixadas por outros. Sem ovos não há gemada.
O país entretem-se com referendos que não acontecerão, disputas políticas pelos tachos das autarquias e com o futebol, na recta final do campeonato. Mais uma vez, prevalece o circo. A diferença é que agora o palhaço é o palhaço rico, o chico-esperto com ar de intelectual, e não o burro e básico palhaço-pobre que só abre o bico para dizer asneiras.

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