22.9.05

O efeito perverso da Democracia

Vivemos num Estado democrático, embora por vezes não pareça.
Felizmente.
Por isso, e para assegurar a independência dos poderes, e salvaguardar a liberdade de quem se sujeita ao sufrágio público, os candidatos a uma eleição só podem ser presos preventivamente se a sua detenção ocorrer em flagrante delito.
Felizmente.
Criam-se, contudo, situações embaraçosas. Como a de uma Evita Péron de trazer por casa regressar a Portugal depois de estar mais de dois anos evadida, em desrespeito por uma decisão judicial já confirmada após recurso e falar à boca cheia de Justiça.
Infelizmente.
A palavra Justiça na sua boca sai conspurcada.
E aposto que no dia das eleições, quando fecharem as urnas, já a senhora estará a tentar saltar de regresso ao Brasil. Espero, sinceramente, que não lhe seja permitido.
Esta é uma derrota, uma desfeita, quer para a Justiça quer para a Democracia. Porque se a democracia funcionasse com bom-senso, e não com pacóvias manifestações de demente apoio popular, Fátima Felgueiras seria esmagada nas urnas. O problema é que, se calhar, até ganha a porra das eleições.
Infelizmente.

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