14.9.05

Petróleo

Ontem atestei o depósito do meu carro. É curioso este fenómeno insidioso, cada vez mais evidente do preço dos combustíveis. O meu carro tem apenas três anos. Quando o comprei, para encher o depósito gastava cerca de € 40,00. Ontem paguei € 58,00.
Outro aspecto interessante é o de, inicialmente, e atentos os trajectos diários que fazia, conseguir uma média de 5,8 a 6,2 litros por cada 100 km. Agora, conduzindo em circuito urbano, é raro conseguir médias inferiores a 7,6. Cada depósito dura menos quilómetros.
Hoje fui para Lisboa, pela A5, em hora de ponta. Como conseguem aquelas pessoas, todos os dias, pagar portagem para ir em pára-arranca durante o percurso da auto-estrada? Como há dinheiro para sustentar a máquina, o transporte?
Agora que está para breve a minha mudança para uma zona central de Lisboa, vejo cada vez com maior agrado a opção pelos transportes públicos. O Urso vai passar a andar todos os dias de Metro, de autocarro, a pé. Enquanto olha preocupadamente para a estúpida dependência da actual sociedade desse recurso em vias de extinção que é o petróleo. À nossa volta tudo deriva do petróleo. Dos combustíveis para os transportes, que tudo transportam, dos plásticos, aos sintéticos, aos moldes, aos embrulhos, à roupa...
Onde está o brilho da inteligência humana para se precaver do caos que será o esgotar do petróleo? Para superar o estúpido aumento do barril, quando há pouco mais de um ano diziam que se fosse ultrapassada a barreira dos US $ 40,00, seria o início do caos?
Leitores de ficção científica já leram muitos cenários semelhantes. Qual terá sido o autor mais próximo da verdade?

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