8.9.05

Reentrada (em português para não confundirem com a dos partidos)

Lentamente regresso da inércia estival, ajudado pelo clima que aos poucos anuncia o fim da estação. Melhor assim, pois sempre alivia a angústia de ver acabadas as férias de Verão. Férias iguais a estas não terei novamente. Pelo menos assim me informa uma recente edição do Diário da República.
São dias complicados aqueles que agora vivo. Está para breve (finalmente!) a mudança de toca, razão pela qual grande parte da minha vida já está encaixotada. As obras aproximam-se do fim, com todas as dificuldades de última hora para aumentar a ansiedade. Será já de regresso ao trabalho que terei que enfrentar as arguras de uma mudança pelo que aos poucos vou adiantando o empacotamento da tralha.
Tralha.
Arrasto tralha sem fim que nunca imaginei acumular.
Quando vivia em casa dos meus pais tinha um pequeno quarto onde tudo cabia. Era esse o meu mundo. Quando mudei para a minha casa própria, um T2, com arrecadação e tudo, os meus parcos haveres perdiam-se nas divisões. Mais tarde, passámos a ser dois no mesmo espaço. Ainda assim, não era notório o lixo que conservávamos.
Devia ser proibido ter arrecadação. Porque nos agarramos às coisas que há muito deveríamos ter deitado fora e depois, um dia, quando vamos começar a “arrumar a casa” temos enormes carregamentos de lixo para lançar no contentor. Papel, mais papel, objectos, inutilidades, prendas horríveis que alguém se lembrou de nos dar e não conseguimos atirar de imediato para o balde do lixo, mobília, mais papel ainda... Caixas, caixinhas... caixotes carregados para o lixo.

Passado o período morto anual deste blog, convém recordar alguns dos temas que não foram tratados mas ainda merecem algumas palavras marcando assim os próximos posts. Vou enunciá-los aqui para depois, se possível diariamente, sobre eles reflectir um pouco.
Temos o interessante tema da política. Interessante, obviamente, com muita ironia, pois as desilusões são tantas, o vazio é medonho e os próximos confrontos eleitorais uma anedota pegada. Não só as autárquicas, aquelas eleições em que o povo escolhe quem vai enriquecer no quadriénio seguinte, como as presidenciais onde se afigura provável o confronto entre duas múmias, uma delas já fora do prazo de validade. Aqui virei dizer qualquer coisa sobre o tema, e sobre a desilusão que foi o discurso de Manuel Alegre... bom, não nos adiantemos.
O Katrina e as suas consequências e evidências merecerá igualmente umas palavras. Assim como os incêndios que teimas vir de férias para Portugal. Também o galope do preço do petróleo e a urgente necessidade de repensar a nossa presença no planeta.
Farturas e bolas de Berlim com creme ao sol, com os pés na areia e o mar a bater como banda sonora. Filmes, exposições e peças de teatro. Estes serão os temas da reentrada em serviço do blog. Para poder continuar com os Anos ’80 – 80 Memórias. E para poder apresentar o “Edifício da Verdade”.

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