10.10.05

Chuva

A chuva regressou à cidade. Por pouco tempo, que lá fora o sol ameaça romper, e o calor já secou as águas que rapidamente lavaram as mágoas das eleições autárquicas.
Isaltino, Valentim, Fátima... todos mostraram quão cego o povo é. Quanto gosta de criticar que tudo está "cheio de corruptos" mas nem hesita em apoiar quem já está suficientemente indiciado de tal prática. No fundo, a corrupção dos políticos é apenas um pouco maior que a dos cidadãos que neles votam. Maus são os juízes e o MP que os querem condenar.
Em contrapartida, Avelino mostrou que apenas os santos da casa fazem milagres, e a mudança de área de jogo o deixou sem o apoio pretendido. No fundo, deu um passo maior que a perna.
Manuel Maria lá voltou a casa com o rabinho entre as pernas. Trovejava e ele chamava por Santa Bárbara.
Rui venceu, mesmo com o FCP apostado em miná-lo, pois que nestes quatro anos o apoio da Câmara não foi cego como nos tempos do PS.
João, filho de Mário e de Maria, ousou querer o património mundial que é Sintra. Mas o passado que arrasta levou-o ao fundo. Nem uma ignóbil mãozinha do papá, violando pela segunda vez as leis eleitorais, apelando descaradamente ao voto no filho lhe valeu.
Jerónimo regozija. Parece que o PCP, sob a sua batuta, faz mais do que respirar à tona.
Já Francisco lamenta que o BE não tenha peso autárquico. Pudera, se a sua única presidente de Câmara já é arguida...
Pelas bandas do PP amarga-se a longa e grande queda desde o topo. Neste momento, navega em águas escuras e revoltas, sendo inseguro o destino do barco azul e amarelo.
A selecção portuguesa fez uma exibição miserável contra um adversário fraco. Até esta campanha o pior resultado de Portugal contra o Liechenstein tinha sido 5-0, ganhando, naturalmente.
Na casa do adversário, a ganhar 2-0 deixaram-se empatar. Cá, começam a perder e dificilmente vencem. Não vale a pena queixarem-se do árbitro que não viu dois penaltis a favor das quinas, um deles do tamanho de um elefante. É que, mesmo assim, deveriam ter ganho por 6-0.
Vão assim para a Alemanha que rapidamente engolem a fanfarronice.
Lá fora a terra treme, as chuvas arrastam, o gelo descongela, a areia ganha terreno, as aves matam. Por este andar, todas as outras preocupações serão, brevemente, uma saudosa memória.

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