Sofia Coppola anda a habituar-nos mal. Começou com as perturbadoras Virgens Suicidas. Continuou por caminhos contemplativos de depressão e esperança em Lost in Translation. e agora brindou-nos com um vivo e sentido Marie Antoinette.
Segura da sua criatividade, não só recria de forma incrível a corte do final da monarquia francesa, como introduz um olhar diferente sobre a mesma, pelos olhos de uma miúda que se fez rainha. Não um olhar inocente mas sim iluminado pela sabedoria dos conhecimentos actuais, pelos padrões da actualidade. É, por isso, evidente a noção de que, aos treze anos, Marie Antoinette ainda era uma criança, por mais adulta que à data pudesse ser, de acordo com os padrões então vigentes.
Esta deturpação da idade é relevante e anima a película, filmada com a reconhecida sensibilidade da realizadora e a dedicação dos actores no retrato dos seus personagens. É, sem dúvida, um filme para ver enquanto ainda está fresco.
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