Este autocarro curto não faz uma viagem muito apelativa. Apesar de aclamado por muitos, não encontrara aqui ecos de louvor.
Só consigo descrevê-lo desta forma: Shortbus é um filme pornográfico, com humor, sentido estético e pretensões filosóficas, com laivos de musical. Não é uma mistura habitual e não a considero feliz. Especialmente porque deixa muito a desejar no campo da profundidade.
A história mostra-nos personagens com problemas afectivos/relacionais que procuram num antro de liberdade sexual a resposta para a sua condição. Esse local onde decorrem orgias públicas e funções privadas, conversas íntimas, exibições de filmes e engates, sem qualquer entrave quanto ao estilo de cada um (sejam hetero, homo, bi, sado, maso, e sei lá que mais variantes) chama-se "Shortbus".
Só que o filme nunca dá "um golpe de asa" que o justifique. O sexo explícito afigura-se muitas das vezes gratuito. As conversas "profundas" soam a oco e extremamente forçadas. O sentido estético não encantou. A parte musical, nomeadamente o final do filme, é... indescritível Salva-se o humor, posto que o caricato de algumas cenas fez-me rir a gosto. E dois pormenores artísticos: a maquete de Nova Iorque a partir da qual se fazem as transições; e as polaroids escritas que uma personagem cria.
Apenas por estes detalhes o filme merece uma estrelinha. E não me apetece dar mais.
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