Afinal, durante todo o mês de Agosto não me apeteceu escrever uma palavra que fosse neste blog, não obstante a ameaça que fiz na última mensagem de cá vir ocasionalmente.
As férias não foram nada de especial. Compromissos familiares, menos de duas semanas de praia (intensivas mas com alguma chuva, nevoeiro, vento, calor, água gelada, mar revolto e perigoso, de tudo tive um pouco), livros, DVDs, alguns encontros com amigos para uns copos, pôr conversas em dia e quando dou por mim estamos aqui, em Setembro, de volta ao trabalho e ao computador todos os dias.
Durante a silly-season ouvi os inevitáveis disparates que chegaram a satisfazer a comunicação social que os não deixou escapar e alimentou outros tantos disparates. Tivemos as "não-notícias" de Maddie, com o exame do laboratório inglês que, vem, não vem, os cães portugueses também cheiram, ou não, cadáveres, e a miúda está viva, está morta, foram os pais, foram os amigos, foi o papão... tudo os media divulgaram, inventando uns, citando-se uns aos outros, num arraial para encher chouriços.
A Grécia ardeu à boa maneira portuguesa, e por cá não houve incêndios de registo. Pudera!, não só já não há muito para arder, como não houve calor, associado a vento para fazer estragos.
Houve cheias para uns, tufões ou furacões para outros, sismos para assustar, e logo toda a gente aproveitou para soltar o papão da destruição do mundo pelas alterações climáticas. Lá longe a preocupação nas notícias era a de saber se havia portugueses nas vítimas. "Morreram cinquenta, mas nenhum é português. Então está tudo bem"
O futebol começou, e o Benfica mudou de treinador, arranjando tema de conversa para uma semana inteira de enjoativas reportagens. Só faltou anunciar o primeiro peido de Camacho nos treinos.
Conclusão? Nada de novo. Tudo vai na mesma nesta terra, neste berlinde azul perdido na imensidão do universo. Por vezes é bom afastarmo-nos assim, para longe, muito longe, para outro sistema, outra galáxia, e ver quão insignificantes somos. A partir de então poderemos levarmo-nos mais a sério e recomeçar a trabalhar no nosso minúsculo mundo que, se muito vale para nós, pouco é na grande equação cósmica.
Não estava a contar com este final. Não levem a mal o lugar-comum da filosofia de esquina. Os ursos por vezes têm disto.
3 comentários:
para quem vem de férias... não estás lá grande coisa... Imagina eu, que não fui!
Venho um pouquito "azedo". As férias não duraram tempo sufuciente para fazer reset. Agora há que improvisar.
A silly season é mesmo irritante, não há cú!
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