31.10.07
Parabéns para mim
30.10.07
Viva o nosso Legislador!
29.10.07
Aperta aí
Assim como é visível, nos primeiros instantes do vídeo, mesmo no início, a forma "cortês" como trata o Ministro dos Negócios Estrangeiros, deixando-o de mão esticada.
Ataque às magistraturas
Naquela que é a lei que vai proceder à reforma dos regimes de vinculação, de carreiras e de remunerações dos trabalhadores da Administração Pública cria-se um singelo n.º num artigo e eis que cá está, Juízes e Procuradores cada vez mais funcionários:
Artigo 2.º
Âmbito de aplicação subjectivo
1.A presente lei é aplicável a todos os trabalhadores que exercem funções públicas, independentemente da modalidade de vinculação e de constituição da relação jurídica de emprego público ao abrigo da qual exercem as respectivas funções.
2. A presente lei é também aplicável, com as necessárias adaptações, aos actuais trabalhadores com a qualidade de funcionário ou agente de pessoas colectivas que se encontrem excluídas do seu âmbito de aplicação objectivo.
3. Sem prejuízo do disposto na Constituição da República Portuguesa e em leis especiais, a presente lei é ainda aplicável, com as necessárias adaptações, aos juízes de qualquer jurisdição e aos magistrados do Ministério Público.
Hot Fuzz
Na sexta-feira fui à ante-estreia de Hot Fuzz - Esquadrão de Província, numa iniciativa conjunta da Lusomundo e do blog Há vida em Markl. O resultado foi encontrarem-se numa sala de cinema mais de 230 leitores do HVEM, para ver o filme que, condenado que estava apenas à edição em DVD, recebeu uma vida nova com direito a estreia em sala. E ainda bem. Espreitem aqui para ver o trailer, e descubram este genial filme de acção e humor, muito britânico.
Ao invés dos filmes americanos que costumam gozar com os blockbusters recriando cenas para as exagerar ou tornar escatológicas, este Hot Fuzz cria uma história, com personagens trabalhados, e piadas fabulosas, gozando com os filmes de acção de Hollywood tanto pela forma como é filmado, como pelos meios envolvidos.
E o elenco é muito bom, com Simon Pegg à cabeça, mas por onde passam inúmeros actores da britcom ainda que seja por breves momentos.
Hot Fuzz ganha muito com o écran grande de uma sala de cinema. Por isso, quando estrear, vão ver. Será, sem dúvida, uma das grandes comédias do ano.
24.10.07
Ferrari
21.10.07
É a cultura aqui ao lado
Na quinta-feira a eleita foi a minha querida Companhia Teatral do Chiado, que nunca me desiludiu e sempre me proporcionou espectáculos de qualidade num ambiente de alguma intimidade, familiar. Com efeito, a sala pequena que é a Sala Estúdio Mário Viegas proporciona proximidade entre espectadores e actores, e as representações ocorrem mesmo junto a nós. Os actores estão sempre a interagir com a audiência, dando relevo à sua presença e não apenas para uma massa de espectadores exigentes de performance.
Desta feita o espectáculo é a Biblia: toda a palavra de Deus (sintetizada). Não se deixem iludir, o espectáculo não tem pretensões religiosas, mas apena o desejo de vos pôr a rir durante as mais de três (!) horas de duração. Adaptação do texto original dos tês criadores de "As obras completas de William Shakspeare em 97 minutos" (se nunca viram, vão ver a adaptação da CTC, em exibição há 11 anos), esta peça é fabulosamente interpretada por apenas três talentosos actores que dão uma verdadeira lição de teatro. Simplesmente imperdível.
Na sexta-feira o destino foi o CCB onde desfilaram num único concerto Vieux Farka Touré, um dos filhos de Ali Farka Touré recentemente falecido, e os Tinariwen. O primeiro mostrou que não transporta apenas o nome do pai, mas também um talento à medida da herança familiar. Mestre da guitarra toca a alma do Mali em ritmos de blues, irados, animados, dançantes com uma energia em palco contangiante, capaz de levantar muitos espectadores das cadeiras para irem dançar para as coxias da sala. Não resisti e comprei o primeiro CD dele cuja capa aqui exibo. Vale a pena ouvir, ver e manter debaixo de olho.
Mas o concerto continuou com uma segunda parte a cargo da banda Touareg (incompleta pois apenas cinco dos sete ocuparam o palco) que se mostra igualmente à vontade a manipular as cordas das guitarras, num ritmo por vezes hipnotizante mas quase sempre dançante. As músicas parecem repetir-se mas na realidadidade entranham-se no corpo e obrigam-no a mexer-se. Mais gente largou os assentos e quando chegou ao fim todos de pé dançaram um pouquinho no ambiente sempre formal do Grande Auditório do CCB. Também comprei um CD deles, o "Aman Iman" e saí de Belém com a satisfação de quase três horas de música muito bem tocada por artistas que sabem cativar e mobilizar o público.
Nesse dia recebi o convite da produção do espectáculo de ontem de Chick Corea para ir ver a actuação a solo deste artista ao piano (muito obrigado, Tiago) e não podia recusar. Com efeito, o concerto foi espectacular, e impressionante. Corea conseguiu criar um ambiente intimista numa sala como o Grande Auditório do CCB onde mais de 600 pessoas assistiam ao evento, e tocou de forma fabulosa, rigorosa, diversos improvisos, passeando por temas antigos da sua já longa carreira, misturando referências e exibindo o seu virtuosismo. e, para acabar, tocou um incrível tema com o Coro de Lisboa. Quem? Com os 600 assistentes que dividiu em áreas e pôs a cantar consigo enquanto teclava no piano, enquanto exibia acordes que as vozes repetiam, enquanto pedia mais ou menos intensidade. E durante vários minutos nós, que assistíamos a um concerto de Chick Corea, tivemos o prazer de cantar com ele, fazer parte do espectáculo. Memorável. Mais um concerto inesquecível.
15.10.07
Sem perder o rumo
A iniciação de ontem terminou com um percurso de 17 pontos e três quilómetros no Jamor.
Fiquei com vontade de ir experimentar uma prova.
9.10.07
Armadilhas dos armados em bons
Depois vi o segundo filme de Grindhouse, a épica homenagem de Tarantino e Rodriguez aos filmes de série Z. Da opção de Tarantino ("À prova de morte", já por mim comentado) resultaram padrões muito elevados e que inevitavelmente proporcionariam comparação com este filme de Robert Rodriguez. Porém, o realizador esteve igual a si mesmo e, num regresso às origens, fez um filme de zombies. Mas apenas isso. Um filme de zombies.
Basicamente, ao ritmo de um jogo de vídeo (ou antes, foram estes inspirar-se em filmes dos anos setenta) temos uma história descabida que cria zombies bexigosos, esfomeados por cérebros, e um grupo de sobreviventes a disparar a torto e a direito para acabar com eles e salvar a humanidade. Está lá tudo o que de bom e mau tinham estes filmes. As incongruências de argumento, a irrealidade das situações, o vazio dos personagens, a película riscada e até uma bobina perdida. E nunca se leva a sério, nunca se arma em bom, pelo que foge aos lugares miseráveis daqueles filmes que, actualmente, enchem a pantalha de efeitos especiais e pseudo-histórias para transpor ideias que nasceram de jogos de vídeo do tipo "tiro neles" (shoot'em up).
É, sem dúvida, uma boa diversão. Falta-lhe contudo, o substrato que faz da obra de Tarantino um verdadeiro filme, devidamente completo. Enquanto Tarantino não deixa nunca para trás o diálogo, a composição dos personagens, Rodriguez troca isso tudo por mais sangue, mais gore. Por isso, na comparação, fica a perder, e merece apenas uma nota três.