Uma das grandes vantagens de viver em Lisboa é que estão sempre a acontecer coisas às quais dá vontade de ir. Se, por vezes, deixamos a inércia bater-nos e ficamos esparramados no sofá a ver séries ou filmes já vistos e revistos, qual odre passivo, noutras ocasiões tornamo-nos activos e vamos ao encontro daquilo que acontece mesmo aqui ao lado. Foi o que fiz nestes últimos dias. E, apesar do Doc Lisboa estar aí em força, e haver alguns filmes que gostava de ver, o certo é que não há tempo para tudo. Senão, vejam.
Na quinta-feira a eleita foi a minha querida Companhia Teatral do Chiado, que nunca me desiludiu e sempre me proporcionou espectáculos de qualidade num ambiente de alguma intimidade, familiar. Com efeito, a sala pequena que é a Sala Estúdio Mário Viegas proporciona proximidade entre espectadores e actores, e as representações ocorrem mesmo junto a nós. Os actores estão sempre a interagir com a audiência, dando relevo à sua presença e não apenas para uma massa de espectadores exigentes de performance.
Desta feita o espectáculo é a Biblia: toda a palavra de Deus (sintetizada). Não se deixem iludir, o espectáculo não tem pretensões religiosas, mas apena o desejo de vos pôr a rir durante as mais de três (!) horas de duração. Adaptação do texto original dos tês criadores de "As obras completas de William Shakspeare em 97 minutos" (se nunca viram, vão ver a adaptação da CTC, em exibição há 11 anos), esta peça é fabulosamente interpretada por apenas três talentosos actores que dão uma verdadeira lição de teatro. Simplesmente imperdível.
Na quinta-feira a eleita foi a minha querida Companhia Teatral do Chiado, que nunca me desiludiu e sempre me proporcionou espectáculos de qualidade num ambiente de alguma intimidade, familiar. Com efeito, a sala pequena que é a Sala Estúdio Mário Viegas proporciona proximidade entre espectadores e actores, e as representações ocorrem mesmo junto a nós. Os actores estão sempre a interagir com a audiência, dando relevo à sua presença e não apenas para uma massa de espectadores exigentes de performance.
Desta feita o espectáculo é a Biblia: toda a palavra de Deus (sintetizada). Não se deixem iludir, o espectáculo não tem pretensões religiosas, mas apena o desejo de vos pôr a rir durante as mais de três (!) horas de duração. Adaptação do texto original dos tês criadores de "As obras completas de William Shakspeare em 97 minutos" (se nunca viram, vão ver a adaptação da CTC, em exibição há 11 anos), esta peça é fabulosamente interpretada por apenas três talentosos actores que dão uma verdadeira lição de teatro. Simplesmente imperdível.
Na sexta-feira o destino foi o CCB onde desfilaram num único concerto Vieux Farka Touré, um dos filhos de Ali Farka Touré recentemente falecido, e os Tinariwen. O primeiro mostrou que não transporta apenas o nome do pai, mas também um talento à medida da herança familiar. Mestre da guitarra toca a alma do Mali em ritmos de blues, irados, animados, dançantes com uma energia em palco contangiante, capaz de levantar muitos espectadores das cadeiras para irem dançar para as coxias da sala. Não resisti e comprei o primeiro CD dele cuja capa aqui exibo. Vale a pena ouvir, ver e manter debaixo de olho.
Mas o concerto continuou com uma segunda parte a cargo da banda Touareg (incompleta pois apenas cinco dos sete ocuparam o palco) que se mostra igualmente à vontade a manipular as cordas das guitarras, num ritmo por vezes hipnotizante mas quase sempre dançante. As músicas parecem repetir-se mas na realidadidade entranham-se no corpo e obrigam-no a mexer-se. Mais gente largou os assentos e quando chegou ao fim todos de pé dançaram um pouquinho no ambiente sempre formal do Grande Auditório do CCB. Também comprei um CD deles, o "Aman Iman" e saí de Belém com a satisfação de quase três horas de música muito bem tocada por artistas que sabem cativar e mobilizar o público.
Nesse dia recebi o convite da produção do espectáculo de ontem de Chick Corea para ir ver a actuação a solo deste artista ao piano (muito obrigado, Tiago) e não podia recusar. Com efeito, o concerto foi espectacular, e impressionante. Corea conseguiu criar um ambiente intimista numa sala como o Grande Auditório do CCB onde mais de 600 pessoas assistiam ao evento, e tocou de forma fabulosa, rigorosa, diversos improvisos, passeando por temas antigos da sua já longa carreira, misturando referências e exibindo o seu virtuosismo. e, para acabar, tocou um incrível tema com o Coro de Lisboa. Quem? Com os 600 assistentes que dividiu em áreas e pôs a cantar consigo enquanto teclava no piano, enquanto exibia acordes que as vozes repetiam, enquanto pedia mais ou menos intensidade. E durante vários minutos nós, que assistíamos a um concerto de Chick Corea, tivemos o prazer de cantar com ele, fazer parte do espectáculo. Memorável. Mais um concerto inesquecível.
3 comentários:
Que intensamente cultural anda aí o Polo Norte! Eu cá nem tempo tenho para me coçar (e mm que tivesse, no meu caso, não seria uma boa ideia...). Bj
Como se coça um ouriço-cacheiro se tiver comichão entre os picos?
Pois. Pede-se a um destemido, garboso e delicado ouriço que, por acaso, esteja a passar. Se for eficiente fica-se, em seguida,com telefone.
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