21.2.08

Causas e consequências

António Costa foi o Ministro responsável pela Lei que impede as autarquias de contraírem empréstimos excepto em circunstâncias muito precisas e restritas. Agora vê-se impossibilitado de contrair o empréstimo que precisa para pagar dívidas antigas. De acordo com o Tribunal de Contas, terá que pedir ao Governo dinheiro para o efeito.
Qual a diferença entre a CML e outras autarquias, algumas já com penhoras, que justifique o pagamento de apenas algumas das dívidas? Se calhar nenhuma. Como descalçar esta bota? Logo veremos.
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Numa altura em que clamar contra a corrupção é moda e fica sempre bem o PSD foi condenado, assim como a Somague, por financiamento ilícito de campanha. A clareza dos financiamentos dos partidos tem os seus custos. Mas seria bom esclarecer os ganhos destas entidades quando "investem" tanto dinheiro num cavalo pronto para correr. Como são pagos os benefícios do investimento?
Entretanto, o PSD vê-se numa posição bem atrapalhada. Seguramente que o PS está no mesmo barco. É assim que o jogo dos lobbies funciona.
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Quando chove muito, temos o caos. Porque será? Rapidamente governo e autarquias empurram responsabilidades. Como um amigo arquitecto está sempre a apontar-me, impermeabiliza-se terreno a torto e a direito e constroi-se em cima de linhas de água. Se não há terra que absorva a água, esta corre sobre as superfícies impermeabilizadas até encontrar o seu destino. Cimento, betão, pedra e alcatrão não absorvem a água destas chuvas. Apenas a canalizam para os pontos fracos, os obstáculos onde se acumulam enchendo, enchendo, enchendo.
De quem é a culpa?, minha não é certamente. Mas será de todos os que autorizam tais construções, todos os que as fazem, todos os que as exigem e louvam como marcos de progresso.
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Estamos a um ano e meio das próximas eleições legislativas, e já o tema começa a ser lançado pelos media. Quer isto dizer que governação e oposição começam a ser feitas, cada vez mais, com vista ao voto. Diz-se que uma das primeiras vítimas será o novo mapa judiciário, pois o PSD quebrou o pato da justiça, perdão, o pacto da justiça opondo-se a semelhante desenho para os Tribunais. Os municípios já vieram clamar contra. Todos estes valem votos. A opinião dos operadores judiciários, igualmente contra, é irrelevante. Mas os votos que se podem perder poderão engavetar a ideia peregrina e mal estudada deste Governo.
Há males que vêm por bem.
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Numa altura em que este blog tem mais leitores e acessos do que alguma vez teve, porto-me mal e pouco escrevo. Além do mais, cada vez mais venho aqui para me queixar. Isto só pode querer dizer que estou a tratar mal os meus leitores. Isso não se faz.
Prometo tentar arranjar mais tempo e ter textos de melhor qualidade, sem ser com opiniões políticas e judiciárias. Se não, já sei que ainda me mandam dar uma curva.
Causas e consequências...

1 comentário:

Ouriço-Cacheiro disse...

Arranja tempo também para escreveres (mais)uns disparates! E já agora...vai dar uma curva e ao bilhar grande ;)