O vodka era o sétimo. O tema as mulheres. Foi nessa altura que Isabel apareceu e se sentou no meio dos dois amigos.
‑ Olhem‑me para aquele porco. O cabrão está agora a fazer‑se a uma pitinha.
Olharam. Realmente, a jovem sobre quem Marcello se debruçava não devia ter feito o seu piroso baile de debutante há mais de um ano.
‑ Mete‑me nojo. ‑ era notório o estado etilizado de Isabel. A voz soava entramelada.
A partir de então a conversa degenerou. Não diziam mais coisa com coisa. Vitor bêbado, ela pior, Diogo introspectivo como costumava ficar quando chegava àquele ponto em que se perguntava "Então e agora? Sigo para o esquecimento ou ponho‑me sóbrio?".
‑ Vens comigo à casa‑de‑banho? ‑ o convite de Isabel era dirigido ao escritor. ‑ Se fôr sózinha já não volto.
Ele levantou‑se e amparou‑a debaixo do seu braço esquerdo. A mão dela entrou por baixo da camisa e afagou‑lhe as costas. Cambalearam na direcção dos lavabos. Vitor ainda olhou para trás, para ver o sorriso de Diogo, divertido com o rumo dos acontecimentos.
Ela entrou no lavabo com ele logo atrás. Já conhecia os sintomas e por isso foi ajudá‑la a vomitar. Depois retirou‑se não sem antes passar água fria pela cara tentando despertar. Aguardou junto à porta.
Quando se juntaram, abraçaram‑se. As mãos dela por debaixo da camisa agora completamente solta das calças. Beijaram‑se. Como é curioso o beijo entre dois bêbados. Línguas secas, encortiçadas, que se cruzam, provocando uma sensação próxima da repulsa, longe do prazer. Arrastaram‑se para um pequeno sofá da saleta ali ao lado. Novo beijo. Ela agarra‑o na sua virilidade. Ele cresce. As suas mãos exploram. Ficam por ali durante muito tempo. Passados largos minutos, Vitor ergueu‑se e levantou‑a com intenções de subir para um dos quartos do seu editor. Durante esse período na saleta por várias vezes Isabel pediu desculpa. Vitor julgou entender o que queria com isso, mas preferiu ignorar. Quem usava quem? Era difícil de dizer.
(continua)
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