3.1.06

2006

Estamos num ano novo. O que muda relativamente ao velho?
Nada.
A mensagem de esperança, de recomeço, outrora habitual nesta data, é hoje uma mera formalidade na qual ninguém no seu perfeito juízo acredita.
Estamos nas mãos dos decisores do Mundo quanto às questões fundamentais, aquelas que irremediavelmente importam sobre a nossa vida. E que poderá mudar na mente desses decisores do dia 31 de Dezembro para o dia 01 de Janeiro? Nada, seguramente.
Restam-nos as "resoluções de ano novo", sobre as questões do dia-a-dia, aquelas sobre as quais o nosso livre-arbítrio é relevante. Comportamentos cuja esfera de influência vai pouco para além de nós e dos nossos.
Quem sabe, seja o que realmente importa, posto que o demais nos escapa por entre os dedos.
Não espero deste ano nada demais, nada para além do ano que findou. A esperança de que 2006 seja um ano melhor, esvai-se na incerteza do mundo. Criar barreiras na transição do ano é um desperdício de energia. Celebrar a passagem de ano é apenas uma desculpa para uma reunião de amigos, um jantar, uns copos, conversa, música, qui ça dança, ou seja, o que hoje em dia verdadeiramente importa.
Se algum valor há nas resoluções de ano novo, a minha será exactamente a de prezar, cultivar e cuidar das amizades. Porque cada vez mais acredito que os amigos, os Amigos, são o que verdadeiramente importa.

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