Na loja o tempo voa. Não perguntem porquê, mas é verdade. Livro para aqui, disco para ali, DVD para cá, mais uma BD para lá... e entretanto eram nove horas da noite e ia começar o concerto com Sérgio Godinho.
Sentei-me e apreciei aquele senhor da música, com roupagens novas em músicas antigas, e uma qualidade proporcional à antiguidade da carreira do trovador. A dada altura, entre músicas, diz Sérgio Godinho, mais ou menos isto: "... e ficamos em casa, a ver televisão, a ouvir as notícias... pelo menos hoje as notícias foram boas".
Grande parte do público exultou, aplaudiu e mostrou uma satisfação que, de imediato, me fez pensar: "Será que o Governo caíu?"
O resto do concerto foi desconcertante. Entre a dúvida e a esperança aguardei pacientemente. Ouvi o fim da exibição. Paguei as minhas compras e acelerei para o automóvel, onde liguei o rádio. TSF. Primeiras palavras que ouvi "... pelo que as eleições deverão ser em Fevereiro".
Gáudio. Satisfação. Mais vale tarde que nunca.
E foi um prazer sabê-lo por Sérgio Godinho.
Mas uma pergunta martela o meu espírito. Sr. Presidente da República, quanto custaram ao país estes últimos quatro meses?
Demorou a perceber, hem?
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Quanto ao orçamento, que é a discussão do dia, que raio de posição é a do PSD/PP? Só votam o orçamento se Sampaio previamente disser que o promulga?
Meus amigos, se acreditam que o orçamento que têm é a melhor solução para Portugal, votem-no, aprovem-no, e esperem pela posição do PR. Se este vetar o orçamento, sempre dirão que fizeram a vossa parte. Agora, amuar é posição de puto, não de político.
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Provavelmente o PS ganhará as eleições. Não é uma ideia reconfortante, pois tenho a opinião que Sócrates é um pouco o Santana Lopes do PS. Espero que junte uma equipa decente e competente, senão ficamos a modos que na mesma.
As máquinas partidárias estão satisfeitas. Começa a corrida ao tacho, ao lugar público, à gestão de fundos de campanha.
Eu estou satisfeito.
O Ministro da Justiça já não porá em prática algumas das suas (tristes)ideias. As SCUTS ficarão em banho-maria (atenção, não me oponho às portagens, desde que haja alternativas credíveis), a lei do arrendamento fica à espera de uma alteração eficaz, o código da Estrada fica mais uma vez à espera de ser publicado, esperemos que com ideias mais profícuas que o agravamento das coimas.
Portugal está parado desde que Barroso disse que ia para a Comissão Europeia. Para quem está atrasado, o que são estes seis meses, mais os quatro que se seguem?
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