Apartheid
É, sem dúvida, uma memória da década de 80. Para mim, claro, posto que para quem viveu na pele os efeitos da segregação racial sul-africana, tal regime vem de décadas anteriores.
Aqui em Portugal, nos meus anos de adolescente, descobri que havia um país africano em que os negros, a esmagadora maioria da população, vivia sob a pressão de uma minoria branca, dirigente e sem escrúpulos. Findo o auge do período colonialista, estando África pejada de novas nações que se auto-determinaram, existia um país que, sem estar dominado por outro, nomeadamente europeu, cultivava os instintos mais básicos e violentos para espezinhar uma raça.
Descobri o apartheid através da informação passada por filmes como “Cry Freedom”, ou mesmo “Arma Mortífera 2” (!), pela música de Paul Simon e Santana, e pela palavra que se fazia correr:Mandela.
Era, então, politicamente correcto mostrar oposição à Africa do Sul e, aos poucos, documentários, reportagens, histórias chegavam aos meus ouvidos. Foi uma luta breve, para quem tarde se apercebeu daquele alfinete espetado na humanidade. Felizmente, o apartheid caíu, com a dignidade possível e necessária para a transição não ser um banho de sangue.
Hoje é uma memória.
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